quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Sobre a segunda gestação ou manual de sobrevivência

Assim como tem muita gente pra te jogar na lona, te deixar para baixo, te fazer mal, cruzam o seu caminho, pessoas iluminadas também aparecem. E elas fazem exatamente isso: com as idéias delas, com as palavras, com um gesto de carinho, te levantam. Te dão força, para você enxergar melhor as situações e seguir o caminho.

No nascimento da Angelina, com todo o problema de amamentação e tals que já contei para vocês, lembro da Nalva, minha vizinha de frente, dizer um dia pra mim e pro Arthur: "põe a Angelina no ritmo de vocês!" Isso ecoa na minha cabeça até hoje, principalmente, quando começa a sair do planejado. Vou lá, converso com o marido, algumas vezes nem converso, mas tomo a rédea da situação e faço a pequena entender, que em manda nessa bagaça sou eu e que temos que entrar num acordo coletivo para o bem de todos.

Quando falei para minha comadre-guru, a Bruna, que estava grávida, como sempre ela vibrou comigo. Contei para ela todo o turbilhão de tudo que tava acontecendo, dos medicamentos e tals e ela ali, segurando a minha mão, mesmo por telefone ou whatsapp.

Aí, marquei e fui um dia pra casa dela. E verbalizei que não me sentia grávida.

PAUSA: Gente, verbalizem o que estão sentindo. Coloquem para fora. Fodam-se os julgamentos. Mas, desabafem. Pesquisas científicas comprovam que muita coisa guardada dentro da gente, faz mal. Provoca câncer e muitas outras doenças. FALEM!

Voltando... falei que não me sentia grávida. Que me sentia estranha. Que não estava conseguindo comemorar essa nova bênção em minha vida.

E a Bruna, dentro de toda a sabedoria dela, mãe de dois, conhecedora das minhas loucuras - que muitas vezes são dela também - me disse: "Priscila, isso é normal. Segunda gestação é sobrevivência". Não lembro o que cortou nossa conversa na hora - acho que foi as crianças kkkk - mas, essas palavras dela, ficaram na minha cabeça. Ecoando. Me soaram tão verdadeiras. Tão fortes. E analisando esses meses que se passaram, ela tem toda razão. E eu agora explico pra vocês, como cheguei nessa conclusão:

Segunda gestação é sobrevivência, do casamento, do primeiro filho, do companheiro, do emprego e principalmente, SUA.

É você se desdobrar para cuidar de você, da criança que está ali pedindo seus cuidados (mesmo que a criança tenha 3, 6, 18, 21 ou 30 anos. Filhos sempre precisam de suas mães). Da barriga, com a qual você tem que ter muito cuidado, tomar os medicamentos certos, fazer os exames indicados, não bater, não cair, não prejudicar de forma alguma esse novo ser que você está gerando.

É você se desdobrar para cuidar do casamento, pois se antes, a atenção para com o marido já era dividida com o primeiro filho, agora fica mais limitado ainda. Essa reflexão pode parecer até machista, pelo lado de "pensarmos nos homens e blá, blá, blá". Aqui, quero puxar a reflexão que ninguém casa para separar. Que ambos tem que fazer a sua parte. Que não tem essa história do homem "ajudar em casa" ou "ajudar com os filhos". Tem que fazer cada um sua parte e aí é onde entra a sobrevivência do casamento. O homem fazendo a parte dele, entendendo que a mulher já está mais frágil que o normal e a mulher, segurando a onda e procurando não descontar todo o seu descontrole emocional e hormonal em cima dele.

A sobrevivência do primeiro filho, que no nosso caso, só tem 3 anos. Que quando abre os braços pra mim, pedindo um "coio", não tenho como negar, mesmo estando com a coluna fudida, a barriga pesando e o cansaço abraçando. É tentar explicar para essa criança, que o irmãozinho que vai chegar, não está "roubando o seu lugar" - como algumas pessoas super sensíveis já falaram para ela. É explicar que ela continua sendo importante em nossas vidas e que, mesmo com a chegada do bebê, não ficará sem a atenção dos pais - pelo menos é isso que estamos pensando, criando estratégias e tentando fazer desde já.

A sobrevivência do emprego, por vários motivos. 1º por que você agora tem que sustentar duas crianças, com o mesmo salário que você ganhava. Daí ou você se adapta, ou cria rendas extras, ou parte para a busca de um novo emprego que ganhe mais. 2º por que, por mais que são as mulheres que colocam mão de obra no mundo, elas são hostilizadas por engravidarem e as empresas e seus empregadores, não gostam nada de dispor da funcionária, tanto para as consultas do pré-natal, quanto para a licença maternidade. 3º por que você fica limitada a alguns afazeres, então você não render o que rendia antes e, muitas vezes, seu chefe faz questão de te lembrar disso. Já não basta o seu psicológico te martelando, por você não ser tão pró-ativa como antes. Precisa ter alguém fofamente te lembrando isso, durante nove meses, oito horas por dia.

E por isso, minha amiga, meu amigo. A sobrevivência da mulher fica, gravemente ameaçada. É você pirar com tudo isso a sua volta e na hora que explode, as pessoas olharem "magoadas", "chateadas", "nervosas" e dizerem "nossa, como você tá grossa! Não dá pra conversar com você!".

É você chorar escondida no banheiro, debaixo do chuveiro e mesmo assim, os olhos inchados te denunciarem e você ouvir "mas, já tá chorando de novo?!". É você ouvir "grávida de novo?!" ou "Não tem TV em casa", e responder com um sorriso amarelo, por que está cansada de usar o seu latim sobre o seu direito de transar e procriar o quanto quiser. É não ter vontade de se arrumar e ouvir "nossa, como você tá desleixada" e quando se arruma "uau, agora sim não tá com cara de acabada!" Mal a pessoa sabe, que você está acabada sim, cansada da noite anterior, por que a filha estava com febre e você cuidou dela ou que você não estava bem, ou por qualquer outro motivo, que só diz respeito a você, você não dormiu.

Enfim... sempre bato na tecla do RESPEITO, aqui nos meus posts. Os seus direitos começam, onde terminam os meus. Falar, todo mundo fala. Até papagaio fala. Mas, lutar, correr atrás, viver a sua vida, ninguém está disposto.

O velho ditado, todo mundo vê as pingas que eu tomo, mas os tombos que eu levo, ninguém.

Juro pra vocês que voltarei para contar a parte boa da segunda gestação. Mas, hoje, eu precisava desabafar e mandar um sonoro FODA-SE, por meio deste texto, para muita gente koakoakoa

A olheira eu não lembro, se era de cansaço, de choro, de falta
de vitamina ou do que mais possa ser... ignorem!




quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Habemus Miguel

Adivinha qual a frase que mais ouvimos até agora??? De parentes, familiares, amigos, conhecidos, estranhos, médicos e seres humanos em geral???

"Ahhhh tomara que venha um menininho, para formar um casalzinho!"

Adivinha a frase que mais vou ouvir agora que, oficialmente, estamos grávidos do Miguel???

"Ahhhh que bom que é um menino, agora vocês tem um casalzinho!"

Sim minha gente... por que eu e o Arthur fizemos de caso pensando. Calculamos a Lua em Marte, ela estava na 15ª casa de Saturno. Sagitário deu três pulinhos em Leão e agora está vindo por aí um menininho. O nosso Miguel =)

Tem também a teoria do meu vizinho, Ben-Hur. Ele disse que para sair um menininho, não pode deixar "entrar ar". Acho que não deixamos nenhuma janela aberta rsrsrs

Hoje foi dia de ultrassom e veio a confirmação. Está lá. Um saquinho e um pingolin. Para quem até o momento só sabia cuidar de periquita, vamos aprender a cuidar de pintinho.

O rapazinho sabe que estou falando dele, pois não pára de mexer. Engraçado que até dias atrás, eu sentia somente uns tremiliques. Agora, sinto que tem um serzinho chutando, mexendo aqui dentro da barriga <3

Já desconfiávamos, claro. Eu sabia que uma gestação era diferente da outra, sempre ouvi isso. Mas, não TÃOOOOOO diferente como essa está sendo.

Que Deus, em primeiro lugar, Nossa Senhora, Buda, Brahma, Shiva, todos os orixás, santos, deuses e todas as energias potitivas nos ajudem a colocar no mundo, criar, educar e ensinar, como estamos fazendo com a Angelina, este novo ser que a nós nos foi confiado.

Por que Miguel? Para quem não sabe e não viu o post sobre os nomes da Angelina, é o nome da minha avó, mãe do meu pai, que eu não conheci. Miguel é o nome do avô do Arthur. Uma homenagem para cada lado e todo mundo fica feliz =)

"E o terceiro, vai homenagear quem?" Sim, já vieram nos perguntar. Gosto bastante da Maria do açougue perto de casa... Quem sabe?!

D.P.P.: 28/03/2017
Signo: Áries
Peso em 01/12/2016: 586 g
Altura em 01/12/2016: 29 cm

É muito amor que não cabe no peito. E muitas preocupações, dúvidas, inseguranças, aflorando a cada dia. Mas, daí, eu conto em outro post ;)