segunda-feira, 18 de julho de 2016

Os antônimos da maternidade

Gentemmmmmmmmm!!!!

Que saudades de vocês! Nossa! Faz muito tempo que não escrevo, que não desabafo por aqui...

Mas, também... foram tantas emoções, como diria o rei Roberto... que olha, gente! Fácil não.

Mas quem disse que a maternidade seria fácil, não é mesmo?

O título deste post fiquei pensando ontem a noite. Na verdade foi por situações que vim passando durante a semana e, uma em especial, no sábado à noite, fez eu ver como vivo, constantemente vários antônimos.

Vocês lembram o que é um antônimo? Antônimo é um substantivo masculino que descreve uma palavra que tem um significado oposto em relação a outra palavra. Por exemplo: caro é antônimo de barato. O antônimo é o contrário de sinônimo.

Pois bem. Sempre tive fama de durona. Que dá porrada na mesa, que briga, que não leva desaforo pra casa. Que dá um boi pra não entrar numa briga, mas uma boiada, a fazenda, o brete e tudo mais para não sair. Pois é... aí fiquei grávida. E fim. Hoje eu choro. Claro, brigo para defender a minha cria, porém, me destruo, me culpo, me condeno, me machuco, muitas vezes e depois, vou juntando os caquinhos, colando cada um, para a próxima porrada.

Vocês não acreditam? Passei por uma experiência há pouco tempo. Estava em um ônibus com a pequena. Iria até Londrina, dormiria lá e no dia seguinte iríamos numa consulta médica. Depois voltaríamos para casa, felizes e contentes. Seria a primeira "viagem" minha e da Angelina, só nós duas, sem pai, sem vó, sem ninguém para nos vigiar, nem para dar apoio.

Mal saímos da rodoviária de Maringá, a pequena começou a falar alto dentro do ônibus que queria a vovó e o papai. Fui disfarçando, brincando e ela azedando. Aí começou a dizer em alto e bom tom "quero fazer cocô!" Tentei enrolar e o cara do banco da frente, desceu o banco de uma vez, quase acertando a cabeça da menina!

Respirei fundo e a levei ao banheiro. Claro que ela não fez cocô. E eu me segurando dentro daquele cubículo fedido, segurando ela, segurando a bolsa com documentos e dinheiro, pedindo aos céus que o motorista não fizesse uma curva.

Voltamos ao nosso assento. Um senhor do lado queria dar BIS para ela. Peguei, agradeci e escondi.

PAUSA

1. Cês lembram que nós não damos doces pra Angelina, né?
2. Minha mãe me ensinou a não aceitar nada de estranhos. Aceitei, por que ela me deu educação, mas confesso que escondi no bolso do banco da frente, por que, VAI QUE?

Voltando...

Nesse meio tempo, pessoas dentro do ônibus, escondidas na penumbra, começaram a falar "cala a boca dessa menina, se não eu calo", "faz essa menina ficar quieta, que quero dormir", "nossa, que criança mal educada!".

Gente: o que a Priscila que todo mundo ACHA que conhece, fez numa situação dessas?

a) Levantou toda empertigada, passou a mão na lanterna do celular, perguntou quem era o FDP que estava falando essas coisas e partiu pra discussão, defendendo a cria, pouco se lixando para os demais passageiros.
b) Tentou convencer a neném a ficar quietinha, enquanto lágrimas corriam do rosto da filha e do seu. como cachoeira, tentando achar um buraco para se esconder, querendo que o ônibus parasse na primeira quissassa do caminho, para descer e parar de "incomodar" os demais passageiros.

Pois é... acertou quem escolheu a opção b =/

Foi uma sequência de situações desastrosas, a Angelina começou a vomitar, em seguida o nariz a sangrar. O vômito respingou no banco e foi pro chão. Era vômito em jatos ultra-sônicos!

Fui até a parte da frente do ônibus, bati freneticamente (mesmo!) na porta do motorista. Com muito custo ele abriu e eu solicitei que ele parasse na praça de pedágio de Arapongas, no caminho.

O motorista atendeu o meu chamado. O passageiro da penumbra disse "até que enfim", peguei minha cria, nossa bolsa, a jaqueta que salvei sem vômito e descemos. O motorista ainda perguntou se eu queria que ele aguardasse. Eu agradeci, ele tirou nossa pequena mala do bagageiro e seguiu viagem.

Ali, desabei, chorei muito agarrada à minha neném. A cada soluço meu, ela dizia "mamãe, tá tudo bem, tá?????"

E aí eu lhes pergunto: quem é a forte e a fraca, da nossa relação? Quem aguenta e quem arreia? Quem terminou a noite chorando, esperando o marido chegar e quem ficou pulando de banco em banco, após vômitos e nariz sangrando, esperando o papai sair de Maringá e ir buscar a mãe chorona e a filha sorridente, lá em Arapongas???

Os antônimos da maternidade não param por aí, mas eu conto em um próximo post ;)

Quem tem elasticidade e quem não tem. Ok, eu não tenho!
PS: no dia da foto ela estava com muita febre, a levei no pediatra e
o mesmo havia indicado, inclusive, internação!