segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

A decisão de se tornar mãe

Tá. Você tem um planejamento de vida. Por exemplo: você quer estudar, se formar, namorar bastante, aproveitar a vida, badalar, viajar, achar alguém bacana, sossegar, (quem sabe?) casar, fazer sexo todos os dias, formar uma família, com cerca branca, gramado verde, um cachorro labrador caramelo, carro na garagem, tudo isso conquistado com o seu trabalho e do seu/sua companheiro/a. Certo?

Aí, conforme você vai crescendo, amadurecendo, ralando pra cacete, vai vendo que a realidade fofa é bem diferente da prática.

Bem, primeiro eu tinha um pensamento: não quero casar, nem ter filhos. Com o passar dos anos, eu queria casar, mas não queria filhos. Um pouco depois eu já não queria casar, mas queria filhos. Essa idéia da produção independente ficou comigo durante um bom tempo. Aí assumi uma postura que, se até os 30 anos, eu não tivesse alguém bacana do meu lado, eu faria inseminação artificial. Fiz, inclusive, um investimento financeiro, para guardar dinheiro para esse fim.

Depois de alguns relacionamentos fracassados, numa bela noite de julho, conheci o Arthur. E com isso já são quatro anos juntos, três morando junto, dois como casados e um como pais da Angelina <3

Mas, e pra chegar na Angelina? Apesar da vontade crescente de ser mãe dentro de mim, nunca ter diminuído, confesso que deu medo. Eu e o Thur nos conhecemos na balada e desde então, sempre continuamos saindo, indo em show, festando, cervejadas, boates. O lema era se divertir. Sem contar as viagens. Que, quando dava na teia, pegávamos a estrada num final de semana qualquer e íamos conhecer novos lugares ou visitar os velhos queridos.

Quando fomos morar juntos a vontade de ser mãe, bateu no peito de novo. Aquela ansiedade era visceral! No mês de agosto, em meios aos preparativos do nosso casamento, decidimos que eu iria parar de tomar remédio. O bom do Arthur é que ele entra nas loucuras junto comigo rsrsrs aí ele também foi pro médico, pra saber se estava tudo nos conformes.

Tá, voltando. Eu queria um neném. Mas, eu queria ir no Rock In Rio. Eu queria um filho. Mas, eu queria começar nosso roteiro internacional de viagens. Só que eu queria muito ser mãe. Só que eu queria começar outra pós-graduação. E aí, esses conflitos internos, me tiravam o sono. Literalmente. Eu acordava de madrugada e via o marido dormindo e ficava pensando em como seria nossa vida, com e sem neném. Aí, algumas vezes até senti raiva, pelo marido não estar ali, naquela neura, junto comigo.

A neura aumentou mais ainda, conforme foram surgindo amigas, conhecidas, grávidas a minha volta. Umas, “por descuido”, outras, por que planejaram, esperaram, se prepararam. E eu ali. Nada.

Aí as emoções foram piorando, conforme também se aproximava o dia do casamento. Juntou a vontade de engravidar, com os preparativos do casório, as oito grávidas próximas, um processo de coaching que resolvi fazer para melhorar meu lado profissional, enfim... eu tava louca. De pedra. Louca, louca. Meus sentimentos ficaram totalmente misturados, desnivelados, perdidos. Eu (achava que) sabia o que eu queria de manhã, mas como uma boa geminiana, no período da tarde eu já não queria mais.

Setembro veio a menstruação. E eu chorei. Chorei igual criança que perde o brinquedo. Igual o cachorro por causa dos fogos. Chorei muito, mas muito mesmo. E depois senti alívio, por que eu iria no casamento dos nossos amigos e eu iria poder beber, pular e festar como todos os outros convidados.

Louco, né? Também acho.

Aí em outubro chegou o nosso casamento. E o nosso foco estava nisso: na festa, na bebida, nos convidados, no buffet e em como pagar isso tudo. E a menstruação também veio e neste mês eu nem liguei. E fiquei sabendo de mais uma grávida. Liguei, mas nem tanto.

Admito que em novembro, desencanei bem. Foquei no meu profissional. Afinal, para se ter filhos, também é necessário se ter dinheiro (o suficiente, gente, sem mais neuras). Conversei com Deus e esperei a natureza agir.

Veio a correria do final de ano, mais uma menstruação e mais um mês sem neném. Nesse meio tempo, tive um surto. A Angelis e a Bruna seguraram minha mão, conversaram comigo, me acalmaram. Elas próprias demoraram cerca de seis meses para engravidar depois que pararam o anticoncepcional. Fiquei mais tranquila.

Enfim... definitivamente, o que estava atrapalhando a chegada da Angelina, era a minha ansiedade. Depois que eu relaxei, ficamos grávidos. Ficamos sabendo uns 10 dias depois de termos ido numa boate, pulado e dançando a noite toda.

Quanto as dúvidas se era o momento ou não, não tenho a resposta até hoje. Mas, o principal: não me arrependo de jeito nenhum de ter parado de tomar remédio, de ter engravidado e de estar nessa roda louca da maternidade. Hoje, sou TODA Angelina!

Admito aqui, e atire a primeira pedra, a mãe que nunca teve esse sentimento, que por vezes, desde quando engravidei, pensei e refleti “será que era a hora?” ou “será que estou pronta para ser mãe?”. E a resposta que vem, com um grande SIM, é cada vez que ela sorri pra mim. Ou quando ela chora e estica os bracinhos e diz “mãmãmã”, aí a dúvida vai embora... até a próxima crise ;)

Quando for para engravidar do próximo e do próximo, eu conto pra vocês de novo, como foi a decisão de parar de tomar remédio e toda a loucura envolvida nessa ação rsrsrs

É quando a dúvida surge, que eu tenho mais certeza!

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Filho que nasce no coração

Eu sempre quis entender o por que dos meus pais terem em casa, além dos filhos, alguém mais para criar. Admito que, por muitas vezes, isso me irritou profundamente, afinal, o tempo livre deles, que eu já tinha que dividir com os meus irmãos, eu tinha que dividir com pessoas que nem laços de sangue tinham comigo.

São algumas histórias bem loucas que já aconteceram na nossa vida. Lembro quando morávamos em São José dos Pinhais (PR), de uma mulher que era conhecida. Disse que precisava deixar o filho dela com a minha mãe para encontrar o marido não sei onde e já voltava. O “já voltava dela” demorou mais de um mês. Meu pai, por vezes, foi à casa deles e chamava, batia e ninguém atendia. Por fim, um belo dia, a mãe e o pai apareceram com a maior cara lavada em casa e levaram o menino. Por um lado, fiquei aliviada. Por outro, vi meus pais dando uma dura no casal, por terem feito aquilo, mas com dor no coração de deixar o menino ir.

Tivemos uma empregada, que era mãe solteira de dois filhos. Meus pais arrumaram uma casa que tinha no fundo do nosso mercadinho. Os meninos eram terríveissssssssssssssss. A Anita não dava conta deles. O argumento para eles irem para a escola, é que ela ia “chamar o Jair ou a Cida”. E meus pais ajudavam em lição de casa e na educação deles dois.

Minha mãe trabalhou na escola que eu e meus irmãos estudamos em São Paulo. Era a “Tia Cida”. Alimentou muita criança da favela, que a única refeição era a merenda escolar. Guardou muita arma e drogas dos alunos do noturno, para eles estudarem, e devolvia na hora da saída. Conivência com o crime? Não. Eu diria respeito pelo outro, assim como eles a respeitavam.

Acho que acabei herdando um pouco disso dos meus pais. Tenho filhos que nasceram no meu coração. Com quem eu me preocupo, aconselho, penso, de verdade. Pessoas maravilhosas que tenho um carinho bem grande. São ex-alunos, são ex-estagiários, são amigos que, muitas vezes, me sinto no dever de fazer algo, dizer alguma coisa, que os ajudem a, pelo menos, pensar numa outra direção. Talvez isso seja aconselhar... pode ser... como uma mãe faria.

Fora, é claro, os sobrinhos. Filhos dos nossos irmãos, que quando nascem, acabam sendo nossos também. A "minha" mais velha é a Rafaela, que quando eu soube que seria uma menina, morri de ciúmes em perder meu posto, mas hoje é minha super companheira. Tenho a Giovanna, minha Gigi, que é bem amorosa, o Júlio que é terrível, e a caçulinha, a Catarina. Amo duas vezes, afinal é filha do meu irmão caçula e também da minha amiga de adolescência, que virou cunhada!

A Eliane Maio diz que eu sou uma esponja rsrs que eu tomo pra mim, problemas que não são meus. A Angelis também reforça isso rsrs. Mas, fala pra mim: se a gente tá aqui nesse mundão de meu Deus e não podemos “perder” nosso tempo, pensando/ajudando o outro, qual o real sentido da vida, hein?

Um dia, depois que parir meu terceiro filho, quero adotar o quarto. Não importa a idade, a cor, o sexo, nada. Quero uma criança para eu dar amor, para eu ajudar a achar o seu caminho e, assim, caminharmos juntos, até quando Deus quiser...

Para meus filhos de coração, mamys tá aqui. Sempre ;)




segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Meu corpo e como me sinto depois que pari

Gentem!!!
Feliz 2015 pra todas vocês!
Eu deixei de lado blog, Facebook, blog, zap-zap, tudo no final do ano.
Faz tempo que não posto nada e senti falta de desabafar com vocês rsrsrs

Uma das minhas promessas de ano novo é não deixar de postar alguma coisa, pelo menos uma vez a cada 15 dias. Depois, se eu conseguir cumprir, mudo para uma vez por semana. Me ajudem!!!

Então, para retomar o blog com força total em 2015, meu primeiro post é sobre o meu corpo e como eu me sinto com ele, após ter parido a Angelina.


Pensei nesse post, depois de ter lido o post da atriz Carolinie Figueiredo sobre como ela encarava o corpo dela depois das duas gestações.

Sei lá, não me lembro de ter conversado com alguma mulher, que diz que depois que teve filhos, o corpo “não desandou” ou que não queira mudar alguma coisa. Tem até as que fazem loucuras – e juram que não fizeram – como a Cláudia Leite que fez lipo após a cesárea do segundo filho e correu para o carnaval.

Enfim... cada uma sabe o que faz, sempre. E com o corpo, pós-gravidez, não iria ser diferente.

Mas, vou falar pra vocês como me sinto. Primeiramente, nunca tive um corpo esbelto. Um corpo sarado, com barriga de tanquinho. Aqui tem uma máquina de lavar completa rsrsrs. Brincadeiras a parte, o que quero dizer é que nunca tive “corpo de modelo” ou dentro dos padrões exigidos (por quem mesmo?).

Sempre lutei contra a balança. Tomei todas as fórmulas milagrosas existentes para emagrecer. Cheguei a perder 10 quilos em dois meses, porém ninguém podia conversar comigo, pois eu estava animalesca! Eu saía do prumo com as drogas para emagrecer. Por vezes, fiquei feliz com o resultado, mas o que mais aconteceu, foi eu ferrar com a minha saúde.

Quando fiquei grávida, fiquei extremamente preocupada com a questão do peso. Modéstia a parte, fiquei uma grávida lindona. Barrigão redondo, a pele morena corada e eu engordei 9 quilos. Pra ser mais exata, 8,900! Isso me dá orgulho em dizer. Por que não passei fome, nem vontade. Mas, em vez de comer uma barra de chocolate inteira, comia uma ou duas carreirinhas. Pronto, satisfeita.

Durante a gestação, eu ou o marido passava óleos e cremes hidratantes na barriga, nas pernas e nos pés, fazendo massagem. E eu me valendo da pele morena, elástica, sossegada, que estrias não iriam aparecer. Mas, elas surgiram no último mês – claro, o mês que não passamos tanto creme e óleo assim. A parte debaixo da minha barriga ficou toda “arranhada”. Parece que eu passei numa cerca de arame farpado. Eu as odeio. Eu as olho no espelho e me condeno. Me culpo por não ter passado mais óleo, mais creme.

Mas, daí, eu vejo a Angelina =D e meu coração se enche de amor e eu penso “foda-se as estrias!” e aí eu me vejo no espelho de novo e tudo recomeça.

Minha barriga ficou um pouco mais mole também. Talvez abdominais dariam um jeito? Talvez... mas, entre ficar com a minha pequena, me divertindo com ela, e ficar uma hora enfiada numa academia, fico com a Angelina. O retorno é um bem, BEM MAIOR.

Não estou satisfeita com o meu corpo, não mesmo. Procuro dar uma moderada na alimentação e evitar besteiras. Doces ficaram para os finais de semana e o momento de estresse. Estresse esse, que vem fazendo meu cabelo despencar! Outra coisa que sempre briguei na vida, com o meu cabelo...

Vejo que os meus seios não estão mais na “linha do Equador”, eu diria que estão um pouco pra baixo. Não chegam estar aqui no Uruguai, mas deram uma caída sim. E olha que amamentei pouco. Mas, ora leio que é mito que amamentar faz cair os seios, ora leio que é totalmente verdade.

Acredito que o que estou falando, várias mulheres passam depois da gestação. Conheço uma que chegou a "esfolar" a pele da barriga usando a cinta apertada, para a barriga voltar ao lugar. Ela ficou lindona (mais!) depois da gestação. Eu deveria ter usado mais cinta. Mas, voltando, até mesmo, para se sentir bonita, sexy, leva um tempo. Logo depois que pari, não gostava que meu marido me visse pelada. Não mesmo! Hoje ainda tenho um pouco de receio, mas já consigo ficar mais relaxada.

Quanto a ficar de biquíni, por exemplo, perto de outras mulheres conhecidas, evito. Jogo uma camiseta em cima. Algumas, que me dizem para largar de ser boba, sei que falam de boa, de coração. Outras, sei que, quando eu virar as costas, vão comentar as estrias e a flacidez. Então, para minha cabeça não ficar pensando caraminholas, além das que já tenho normalmente, evito. Agora, se estou numa praia, num lugar que não vou mais ver as outras pessoas, ligo o foda-se e pego um solzinho, por que ninguém é de ferro.

Ainda tenho que trabalhar um pouco a questão do meu corpo, na minha mente. Tenho que levar em consideração aquele lance, de que um corpo é só um corpo, que eu tenho um grande presente, que é a minha linda e saudável filha, que o marido me ama além do meu corpo, etc, etc, etc... na teoria é lindo, né?! Rsrsrs mas, uma hora, eu, você, todo mundo que tá parindo, acaba desencanando.


Blusinha em Porto Rico ;)