quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Independência e/ou os 10 meses com você

Nada mais feliz pra uma mãe de ver o desenvolvimento do seu bebê, a evolução a cada dia, o descobrimento do mundo a volta do seu pequeno.

Não há nada mais desesperador para uma mãe, principalmente de primeira viagem, ver seu neném se desenvolvendo e aos poucos deixando de ser tão dependente dela.

Estamos neste paradoxo lá em casa. A primeira independência da Angelina foi segurar o copo de treinamento que a Bruna deu, sozinha, com 45 dias. Pois é, aos 45 dias minha filha segurava o mama dela sozinha. Outra evolução foi tirar e colocar a chupeta na boca, do lado certo. Demorava um monte pra ela acertar o buraco da boca. Muitas vezes colocava de ponta cabeça. Foi, foi, foi até que conseguiu. Hoje ela tira, põe, joga, pega, esfrega no chão, coloca na boca de novo, quase faz malabares.

Aos poucos ela começou a se firmar e se arrastar. Parecia uma minhoquinha gordinha se arrastando pela casa. A calça vai descendo e prendendo os pezinhos. Daí ela ficava brava, gritava, a gente arrumava. Aí ela voltava a se arrastar. E rapidinho gente! Só parando, quando achava alguma coisa de interesse.

Depois, foi ficando em pé. Dentro do berço ela ia de lado para a direita, mas não conseguia voltar para esquerda. Daí gritava! Como diz o Arthur, a Angelina nasceu com uma corneta no lugar da garganta rsrsrs

Não quer mais tanto colo. Quer explorar o chão, os móveis, as tomadas, as portas de armários. Agora já engatinha com um joelho no chão e outro esticado (por quê?!). Fica de pé mais rápido, anda apoiada nos móveis, ou quando seguramos as suas mãozinhas. Mas, se cansa rapidamente “da ajuda” e sai engatinhando de novo.

Ela segura todo tipo de mamadeira sozinha. Quer segurar copo para beber água, mas daí faz gracinha e baba tudo na roupa.

Como esses 10 meses passaram rápido! Meu Deus... esses dias conversando com o Arthur, estávamos lembrando do mesmo período, no ano passado, eu redonda, gravidíssima! Cuidando dos últimos preparativos, para a chegada da nossa pequena.

E agora aqui. Ela quase andando, engatinhando para todos os lados, balbuciando “neneném”, “mãma”, “bobó”, “papa” (que descobrirmos ser de papai), “papapá” (que é comida), “má” (abreviatura de prima, no caso, a Rafaela), entre outras coisas babysticas que tentamos descobrir.

Há dez meses, ela abria os olhos e tentava focar e descobrir o que estava a sua volta. Hoje ela tem visão de raio-x e consegue enxergar a microsujeira que todos os adultos a sua volta, não veem.

São 10 meses de novas experiências, novos aprendizados, novas incertezas. São 10 meses sem salto alto, de pouca maquiagem na cara, de unhas por fazer. São 10 meses de uma felicidade diária, permanente, que me faz esquecer tudo o que tenho para fazer, o cansaço que sinto, o cabelo desgrenhado, para ver o seu sorriso se abrindo, quando vou busca-la na escola.

10 meses de Angelina!!! 10 meses de uma vida toda pela frente, minha e sua. Nossa vida juntas!

Cara... eu e o marido fizemos uma neném muito linda! #mãecoruja


Ideia bacana...

Gente, rapidinho!

Gostei dessa ideia, que vi no blog "Namorada Criativa", que ensina a fazer um caderno, intitulado "Quando você nasceu", com os principais acontecimentos do dia/ano.

Minha mãe tinha algo parecido, alguns recortes, revistas, do ano que a gente nasceu.

Tô pra falar que vou produzir um para a Angelina, hein?!

http://www.namoradacriativa.com/2014/07/livrinho-para-aniversario-quando-voce-nasceu.html


segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Mãe sofre?

Quem nunca ouviu que ser mãe “é padecer no paraíso?”

Acho que a palavra “mãe” é tão carregada de sentimento, de poder, que até assusta. Do mesmo modo, que ela é sobrecarregada de responsabilidade.

Será que mãe sofre? Primeiro, vamos entender o que quer dizer sofrer. Segundo o Dicionário Aurélio, Sofrer é: v.i. Sentir dor física ou moral, padecer: já sofreu muito. / &151; V.t. Sentir, experimentar, passar: sofreu fome e sede. / Suportar, tolerar: não pôde sofrer tão grande decepção. / Admitir, permitir: não pode sofrer nenhum atraso. // Sofrer de, ter dores, ser atormentado por: sofre do coração.

Indo pelo sentido da palavra, acho que mãe sofre sim. Algumas vezes dor física e moral, quando mexem com a sua cria. Minha tia costuma dizer que se você der um tapa na cara dela, mas colocando um doce na boca dos filhos, tá tudo certo. Talvez, a coisa vai mais ou menos por aí...

A partir do momento que se quer ser mãe, a mulher já começa a experimentar algum tipo de sofrimento. No caso, a ansiedade. O momento de parar de tomar anticoncepcional ou de usar camisinha. A relação sexual, com o objetivo de engravidar. A expectativa de cada ciclo menstrual que chega. A decepção de menstruar e mais um mês não estar grávida. Passei por isso, por longos quatro meses. A cada menstruação um barril de lágrimas. E grávidas pipocavam ao meu redor. Daí mais lágrimas.

A ansiedade me fazia sofrerrrrrrrrrrrrrrrr. A Angelis me dizia: “precisa tanto, Pri?” E no meu entender, simmmmmmmmmm, precisava.

Então, a mãe sofre antes mesmo da concepção do filho? No meu caso, sim. Eu sofria. Um dia cheguei a contar e tinham oito grávidas por perto. Umas que realmente haviam planejado, outras nem tanto, mas grávidas, ali, sem saberem, sem culpa, “esfregando na minha cara” a felicidade delas. E aí eu azucrinava minha mãe, a Bruna, a Sirlei e Santa Rita. Coitada da santa!

Daí você desencana e foca em outro objetivo. Foi o que eu fiz. Até comecei a fazer coaching, na época, para melhorar meu lado profissional. Daí veio o atraso da menstruação. E daí eu não queria criar esperanças para não ter outra decepção. Mas aí, eu sofria por que não sabia se estava grávida ou não.

Lembro que numa quinta-feira, pra ser mais exata, dia 31 de janeiro de 2013, fui a um show com o Arthur, a Fátima e o Clebinho. Bebemos e pulamos. Nossa, eu e a Fátima pulamos muito! Passou sexta. Nada de menstruação. Passou sábado. Nada de menstruação. Falei para o marido que iria fazer exame segunda-feira. Passou domingo. Nadica de nada. Chegou segunda-feira. Fui no médico do trabalho e peguei uma requisição para um Beta HCG. Liberei no convênio na hora do almoço. Colhi o sangue na terça-feira cedo.

Aí a ansiedade tomou conta de mim! As horas não passavam!!! O resultado saía somente a tarde. O laboratório funciona até às 18h. Eu trabalho até às 18h. Na época dava aula a noite, meu tempo era muito curto para conseguir passar em qualquer local. Mas, saí uns minutos mais cedo, acobertada pela minha estagiária e fui buscar o resultado. Entrei no estacionamento do laboratório cantando pneu. O moço que cuida do local deu risada.

Entreguei o protocolo para a atendente. Ela imprimiu e colocou dentro de um envelope. E assim ele ficou. No assento do banco do carro. Até às 10h30 da noite, quando o Arthur chegou do trabalho e eu já havia chego da faculdade onde dava aula. A ansiedade era tanta para saber o resultado, que me deu medo de abrir e ler “negativo”. Eu sofria por que tinha a resposta para a minha ansiedade ali, nas minhas mãos. Mas, o medo, me travava.

E aí, o Arthur abriu. E me disse sorrindo que eu estava grávida. E eu li e reli. E li mais uma vez! E saímos gritando no quintal a minha mãe, pra contar que mais um neto estava a caminho. Tentei acordar a Rafaela e não consegui. Mandei mensagem pros irmãos. Fomos para a casa da sogra, que assustou pelo horário. O sogro tava lavando louça, a notícia foi dada e todo mundo vibrou.

Aquele frio na barriga, aquele medo, a ansiedade foi dando lugar para uma alegria sem fim. Eu estava grávida. Eu ia ter um neném. Um filhos estava a caminho... ai meu Deus! Eu vou ser mãe!?!?!? Puta que pariu, eu tô grávida, e agora? E daí começou tudo de novo.

E pra contar ao chefe? Vários ensaios diante do espelho. A formação de diálogos na minha mente. Como seria? Será que eu daria conta do meu trabalho tão bem, grávida, quanto não grávida?

Mãe sofre, durante a gestação. Sofre a cada ultrassom para saber se está tudo certo com o rebento. Sofre com as mudanças no corpo, no humor, na cabeça, nas atitudes. Para quem trabalha, sofre em pensar no equilíbrio da vida pessoal X a profissional. Sofre com as mudanças causadas também na vida do companheiro/a. Também sofrem as que não têm companheiro/a para dividir a gestação.

Vocês vão dizer que é piração. Mas, na época que eu estava grávida, a Sirlei, uma grande amiga estava grávida junto. Eu sou alta, ela é baixinha. Sou grandona, ela pequenina. Ela já era mãe, então tinha um corpo que já tinha gestado uma criança. Então a barriga dela despontou mais rápido que a minha. Mesmo eu estando alguns dias a frente. E eu sofriaaaaaaaaaaa.

PAUSA: Ok. Eu sei que eu tenho uma veia dramática. Mas, se é pra contar da minha experiência e vocês entenderem, eu coloco sofriaaaaaaaaaaaa, pra vocês entenderem, que eu sofria MESMO!

Continuando... durante a gestação, por vezes a ansiedade me tomava, pensando no próximo ultrassom. Vira-e-mexe o bebê estava com as pernas cruzadas e não dava pra ver o sexo. A questão do sexo, não me preocupava muito, visto que tanto eu, quanto o Arthur não nos importava. Porém, de ambos os lados, todo mundo torcia por um menino e, alguma vezes, eu tive medo de ter uma menina, e não gostarem da minha pequena – o que, óbvio e graças a Deus, não ocorreu.

Vários outros momentos tive medo, insegurança e “sofri” durante a gestação. Muitas vezes, admito, por monstros nascidos, criados e cultivados na minha mente fértil. Não sei se com todo mundo é assim, mas eu costumo criar diálogos na minha mente comigo mesma e fico brava com as respostas. Louca, eu? Quase nada... rsrsrs

A cada ultrassom, era uma mistura de alegria, afinal iriamos ver nossa pequena, com medo, pois como não parei com os medicamentos da artrite durante a gestação, eu tinha muito medo de alguma coisa acontecer com a Angelina. E quando ela não abria a mão? E não dava pra contar todos os dedinhos! E o medo de estar faltando um deles?!?!?! Ô meu Deus, que agonia!

Quando passamos pelo exame de translucência nucal, que é o que detecta se há traço possível ou não de síndrome de down, meu coração estava dividido. O problema, de maneira alguma, era ter uma filha com síndrome de down. O problema era a discriminação que essa criança sofreria, dentro e fora da família, pois conheço os meus e sei que uma parcela não aceitaria tão bem uma criança “com problema”, principalmente, pelo fato de não ter nenhum outro caso, em ambos os lados. Quando a médica da ultrassonografia disse que estava “dentro das normalidades”, respirei fundo.

Essa questão de sofrimento é bem particular pra cada pessoa. Durante a gestação eu ouvia muito “dorme agora, por que depois que nascer, você não vai dormir nunca mais”. Na época, cheguei postar no facebook, como eu ficava incomodada com esse tipo de frase. Claro que dormir faz bem e é de extrema necessidade, vital aliás. Mas, eu, não sou uma pessoa que sofria por isso, nem sofro. Mas, claro que tenho amigas e conhecidas que estão com nenéns novinhos e que dariam a vida, por oito horas de sono, sem interrupções. Então, cada um, sofre ao seu modo.

Quer outro exemplo de sofrimento? Chás. Chá de cozinha, chá de fralda, chá de bebê, chá-bar. NADA CONTRA AS PESSOAS QUE GOSTAM. Conheço uma pessoa que curte, que adora, que faz, organiza, qualquer tipo de chá. É o jeito dela. O gosto dela. Ok, respeito. Mas, eu gente... esse meu estilo “meio Fiona”, faz eu ter pavor desse tipo de evento. Se sou convidada, vou por consideração à pessoa. Mas, tenho pavor de ver pintando a barriga da grávida, fazendo ela rebolar até o chão (se bem que isso ajuda a encaixar o bebê para um parto normal – vou pensar a respeito rsrsrs) e em vez, da noiva/grávida, sair da festa bonita, feliz pelos presentes, ela sai desgrenhada. Alguns ainda fazem ela se encontrar depois com o marido. Ai que desespero! Sou contra toda e qualquer forma de expor o outro ao ridículo. Graças a evolução das coisas, hoje já tem “modelos” diferentes de evento do tipo, mas, para a minha segurança, prefiro não fazer um. Claaaaaaaaaaaaaaaaro que fui criticada, off course, por não fazer um chá de bebê. Graças a Deus, não faltou nada pra nossa pequena.

Vendo em volta, os vários “tipos de sofrimento” de mães, ora por seus filhos serem pequenos, ora por serem adultos – afinal, como já dizia minha bisavó, "filho criado, trabalho dobrado". Ora por estarem longe, ora por estarem perto e ela não poder dar atenção. Quem nunca ouviu a mãe, a vó, uma vizinha, uma tia dizer que está “preocupada com Fulano, por que ele não tem sorte na vida”. Então, além das pirações maternas normais, muitas vezes a mãe elege um para ela cuidar, carregar, sempre, afinal, coitado...

As mães que gestam seus filhos no coração arrisco dizer, que algumas vezes, sofrem até mais! Tem o lance da aceitação, depois da adoção. Tem o lance do preconceito por parte dos estúpidos, que, na minha opinião, não entendem nada de amor, ou então não criticariam esse tipo de gesto.

Depois que a Angelina nasceu e teve o lance da amamentação, que já contei aqui para vocês, é um sofrimento não muito bem elaborado na minha cabeça, ainda. Do mesmo modo, que tivemos outros episódios, que rolaram um sofrimento – já esperado – como o nascimento dos dentes, a primeira gripe, a queda dela. Tudo isso, deixou meu coração, do tamanho de uma semente de gergelim. Como diz a Dona Cida, “mãe vive passando pelo buraco de uma agulha”.

O que é justo? Não, não é. Mas, outro ser teria tanto amor e tanta coragem assim, para passar por tudo isso? Sei não... logo eu volto para falar de outros sofrimentos rsrs

Daí, só esse sorriso, compensa qualquer sofrimento


terça-feira, 5 de agosto de 2014

Só a bailarina que não tem!

Existem coisas que a maternidade faz com a mulher, que é impressionante...

Sempre fui fresca para algumas coisas. Sempre achei um horror a emissão de gases da parte do meu pai e dos meus irmãos. Principalmente, quando eles faziam de propósito, só para irritar. Arroto também é outra coisa dispensável em público.

Começo de namoro é aquela coisa. Um “pum” dificilmente é ouvido ou cheirado. Lembro que o Arthur saia de perto, dava uma volta, chegava ser engraçado. Hoje em dia, ele olha pra mim e ri.

Pois bem, com a maternidade teve algumas coisas que eu tive que deixar de lado, por que se tornam tão banais e, acreditem, dignas de serem comemoradas, que o máximo que eu posso fazer é dar risada.

Sempre tive pavor de pegar bebês e ir dar aquela cafungada no cangote gostoso e ele estar cheirando azedinho... Eu nunca troquei uma fralda as minhas sobrinhas. Pelo contrário. Sempre fui a tia da farra, de brincadeiras, de viagem, etc. Mas, pedir para eu trocar fralda, já era demais! Taí a Cinthia e a Margarete que não me deixam mentir. As primeiras fraldas da Angelina com mecônio no hospital foi o Arthur que trocou. E a mulherada do berçário pirava!

Aí fomos pra casa. Aí eu tinha que trocar fralda. Aí... puts, que nojo. Sim, que nojo! Ui! Só que alguém tem que fazer. E se você não tem mais ninguém por perto, mãos à obra! E aí, você descobre que a cada cagada, você vibra com o seu neném! Que você se preocupa se está duro, se está mole, se está pastoso. Identifica a cor pra saber se algo está errado. Aprende algumas coisas de vó, do tipo: verde – é quebrante. Amarelo – o leite tá bom. E por aí vai... O pior nem é a cor, o problema é quando, o bebê se vira e você sem querer, mete a mão na bosta. Bacana...

E os puns que eram motivo de horror? Ahhhhh é tão fofo você estar com o bebê no colo e de repente você ouvir a bufa! Você ainda diz “parabéns bebê!” e dá risada.

O arroto depois da mamada também é um clássico. Meu irmão diz que a Angelina é um ogrinho rsrsrsr ela termina de mamar e dá um arroto de pedreiro, do tipo “mãe, tô satisfeita”, que é o orgulho do pai.

Tirar caca de nariz, algo que você só faz debaixo do chuveiro, quando não tem ninguém olhando é outra coisa que se torna comum, quando o pequeno está um tanto gripado e você precisa puxar a inhaca que está nele. E você, muitas vezes, se pergunta como um bichinho deste tamanho pode ter tanta caca naquele narizinho pequenininho.

Das duas, uma: ou você está pensando, “credo, que post nojento!” ou você está falando, “eu hein, escrever sobre uma coisa tão banal”. Mas, é aí que tá o grande lance da maternagem: coisas banais encantam!

O banho demorado, a refeição bem degustada, o horário do jornal, tudo isso, você passa a dar valor e sentir falta. Mas, por outro lado, tem tanta coisa massa que a maternidade traz pra sua vida, que você acaba dispensando as outras.

Chico Buarque, na “Ciranda da Bailarina” faz essa brincadeira com o que a gente faz, mas que parecem existir pessoas que não fazem de jeito nenhum. Ou você consegue imaginar o seu ídolo saindo correndo com uma potencial dor de barriga? Duvido que a Sandy arrota! Cauã Reymond tirando caca do nariz? Capaz!

Definitivamente, por mais que o ser humano, seja cheio de manias e bons costumes, todo homem coça o saco quando (ele acha que) ninguém está vendo. E toda mulher, quando está com o cotovelo cinzento, passa o dedo na língua e esfrega no cotovelo até achar um creme hidratante. E você mãe, vai vibrar ou se preocupar com o estado do cocô do seu bebê, a cada troca de fralda.


Ciranda da Bailarina
Chico Buarque

Procurando bem
Todo mundo tem pereba
Marca de bexiga ou vacina
E tem piriri, tem lombriga, tem ameba
Só a bailarina que não tem
E não tem coceira
Verruga nem frieira
Nem falta de maneira
Ela não tem

Futucando bem
Todo mundo tem piolho
Ou tem cheiro de creolina
Todo mundo tem um irmão meio zarolho
Só a bailarina que não tem
Nem unha encardida
Nem dente com comida
Nem casca de ferida
Ela não tem

Não livra ninguém
Todo mundo tem remela
Quando acorda às seis da matina
Teve escarlatina
Ou tem febre amarela
Só a bailarina que não tem
Medo de subir, gente
Medo de cair, gente
Medo de vertigem
Quem não tem

Confessando bem
Todo mundo faz pecado
Logo assim que a missa termina
Todo mundo tem um primeiro namorado
Só a bailarina que não tem
Sujo atrás da orelha
Bigode de groselha
Calcinha um pouco velha
Ela não tem

O padre também
Pode até ficar vermelho
Se o vento levanta a batina
Reparando bem, todo mundo tem pentelho*
Só a bailarina que não tem
Sala sem mobília
Goteira na vasilha
Problema na família
Quem não tem

Procurando bem
Todo mundo tem...