quarta-feira, 30 de abril de 2014

O patriarcado da maternidade

Algo que me incomoda na maternidade, e acredito que não seja só a mim, é o modo como foram divididos lá nos primórdios da humanidade, os papéis de pai e mãe.

Claro que se abrirmos a discussão aqui, vai dar pau! Algumas mulheres vão me criticar super pela minha posição, outras vão levantar a bandeira e concordar comigo.

O que quero entender, é que: quem disse que a mãe é a responsável em saber onde está a chupeta? Por que é a mãe que deve saber se precisa colocar mais roupa ou não? Por que a mãe deve ficar desgrenhada, com o cabelo e as unhas sem fazer, não acessar a internet e ma-le-má escovar os dentes, enquanto o marido fica sossegado no sofá, trocando de canais confortavelmente?

Meu marido, como todo homem, muitas vezes tem que pegar no tranco. Quero deixar bem claro aqui pras tias cricas que podem vir a ler este post: NÃO ESTOU RECLAMANDO DELE! Pelo contrário, vejo que ele me ajuda por demais! Ele troca fralda, dá mamadeira, cuida dos animais e, nem por isso, eu acredito, ele se sente diminuído por realizar essas atividades. Principalmente, se comparado aos maridos alheios, que ao virarem pais, desceram ladeira abaixo no quesito ajudar as esposas. Porém, eu vejo que isso não é somente com ele. A nossa geração, que já tinha mães trabalhando fora e no corre-corre, ainda assim, tinham a ideia que as filhas mulheres tinham que ajudar a mãe com a casa, como se fosse uma substituta, enquanto o filho homem continuava na linha machista do pai, que quando chegasse em casa, tudo deveria estar pronto e em perfeito estado.

Tenho três irmãos e cada um, que já morou sozinho, sabe se virar muito bem. Lavando, passando e cozinhando. Quando tiveram filhos, ajudaram as esposas. Algumas vezes tendo que pegar no tranco, mas de um modo ou outro, colaborando. Lembro do meu pai fazendo janta e lavando roupa quando minha mãe viajava. Não mata!

Mas, o que vejo no dia-a-dia é a educação que é dada aos meninos. Claro que com o passar das décadas, teoricamente, mas bem teoricamente mesmo, existe a evolução da espécie, então os homens já entendem que os deveres de casa, da criação dos filhos, deve ser dividido. Porém, a grande parte continua sim, com as mulheres, principalmente, por que muitas ouvem de outras mulheres, algumas vezes das suas próprias mães, que “onde já se viu, o homem trocar a fralda do bebê? Isso é trabalho da mãe!”... 

Aí é que tá o patriarcado da coisa. O sistema que beneficia o homem em detrimento da mulher. A separação que meninos trocam lâmpada e meninas cozinham. Por quem meninas não podem ganhar furadeira e meninos fuê? Por que eles não podem ficar a noite acordada cuidando do bebê, enquanto a mãe descansa, afinal ela também teve um dia puxado. Afinal, ela também trabalhou o dia todo. Afinal, pra ser mais clara, a mãe não fez a criança com o dedo, muito menos engravidou do Espírito Santo!

O homem não será menos homem, se lavar uma louça. A mulher não será menos mulher, se deixar a louça na pia e colocar os pés pra cima. Ambos, não vão se amar menos ou mais se colaborarem um com o outro.

Mães de meninos, por favor: você é mulher! Olha o eco que você está emitindo. Se você hoje critica o seu marido por ele não te ajudar em nada, não crie o seu filho do mesmo modo. A principal diferença entre o homem e a mulher é o sistema reprodutor. Ponto. As mulheres podem deixar de serem machistas ao criarem seus meninos e os homem podem deixar de serem machistas e ajudar as suas companheiras.

Pronto, falei.



terça-feira, 15 de abril de 2014

Primeira gripe

Algo que eu rezei muito, mas muito mesmo, durante a gestação, foi para que a Angelina não precisasse tomar medicamentos. Como tenho que tomar trocentos, por conta da artrite, sempre entrei em paranoia, só de pensar na minha pequena, sendo furada pra fazer exames, ou então engolindo medicamentos. Isso afeta meu corpo, os resultados não são os mais legais e eu nunca gostaria que minha filha passasse por isso.

Bem, mas como nem tudo depende da gente, um belo dia, chegou a gripe. Durante uma semana, aproximadamente, observamos a pequena, fugindo de medicamentos. Casou dela ter consulta com o pediatra agendada, e lá fomos. Inicialmente ele receitou inalação só com soro, paracetamol se dor ou febre, Rinosoro e um antialérgico. Assim foi por 5 dias. E só piorou. Liguei e retornamos ao médico.
Aí entrou com xarope e inalação com Clenil-A. Mais 7 dias.

Aparentemente, havia ficado boa.

Cerca de uma semana depois, peguei a Angelina no berço e a senti quentinha. Chamei o marido e medimos a temperatura. 37,8. Ligamos para o celular do pediatra, era fim de semana, ele não atendeu. Dei banho nela e medi a temperatura novamente. 37,9.

Fomos para o pronto-atendimento da Unimed. No pré-atendimento a enfermeira tirou a temperatura e deu 36 graus. O marido explicou que tínhamos acabado de medir em casa e havia dado alta.



Com muita má vontade a bendita mediu de novo. A resposta: “deve ter havido algo errado. Agora deu 38 graus. Vou dar um Tylenol por que senão ela pode entrar em convulsão.” Minhas lágrimas caíram e minha raiva deu start.

Fomos atendidos cerca de 15 minutos depois. O pediatra de plantão examinou a Angelina e passou novos medicamentos. Como não botamos fé nele, o Arthur ligou novamente para o nosso pediatra – que pediu desculpas por não ter atendido, pois estava na missa –, explicou a situação e o médico mandou voltar com os medicamentos anteriores, por mais 7 dias.

Os dias passaram e o peito da Angelina foi enchendo. Parecia um rádio fora de sintonia. Chiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii dava pra ouvir. Horrível!

Depois de mais um fim de semana sem sucesso, peito chiando, neném chatinha e episódios febris, na segunda contactei novamente o pediatra, que me disse que não era mais pra ele e me pediu pra procurar um pneumopediatra. Ele indicou dois. Um consegui consulta pra uma semana depois e o outro, a secretária conseguiu horário pro dia seguinte.

Na terça nossa filha não foi pra escola. Ficou com minha mãe e no período da tarde, o Arthur e minha mãe a levaram no pneumo. Que trocou os medicamentos mais uma vez.



Na quarta, amanheci bem ruim, junto com ela. Nem eu fui trabalhar, nem ela foi pra escola. Ficamos assim, tomando remédio, da cama pro sofá, do sofá pra cadeira.

Ainda assim, na segunda seguinte, minha mãe tornou leva-la no pneumo, ele a examinou e agora, segundo ele, era questão de tempo pra terminar de limpar o pulmão dela e tudo voltar ao normal.

Nessa “brincadeira”, foram 43 dias de resfriado e medicamentos. Teve momentos (vários!) que me senti super culpada, pensei ser a responsável por isso. Fiquei me perguntando “onde foi que eu errei?!”
Por outro lado, o pneumo disse para o marido que é absolutamente NORMAL neném resfriar durante a mudança do verão para o outono.

Sem contar que: como são 10 aluninhos na turma da escola da Angelina, teoricamente são 10 famílias diferentes, mandando todos os dias para uma sala em comum, 10 ou mais tipos de vírus, e que nós estávamos no lucro, por ter sido “apenas” um resfriado.

O que aprendi com isso? Que mãe sofre triplicado por ver sua cria doente. Doe na gente, sabe? Também reconheci aquele ditado, que nos menores frascos estão os melhores perfumes, ou os piores venenos, pois o resfriado da Angelina me derrubou feio! E agora nós duas estamos melhor e o pai e a vó estão pestiados hehehehe

quarta-feira, 2 de abril de 2014

5 meses (quase 6!!!)

Mais um post atrasado rsrsrsr

Bem, em 4 de março a Angelina completou 5 meses de vida. Os 5 meses mais emocionantes da minha vida!

É como uma montanha russa. De verdade. Tem a parte da subida, que é cada dia quando eles vão mudando e que ao mesmo tempo, que dá aquela sensação agradável, dá o frio na barriga, que deixa a gente nervoso.

Depois tem a parte reta, com algumas curvas, que é quando você começa a ter uma rotina com o bebê. Parece que não vai mudar muita coisa. Tem horário pra mamada, pro cocô, pra troca de fralda, pro arroto, pra tudo.

Aí depois começa aquela subidinha de novo, só pra dar o impulso pro looping! O looping da Angelina, foi virar sozinha! Vou pegar impulso e jogar o corpinho pra conseguir ficar em posição de engatinhar. E quando conseguiu, gritou! Ela adora gritar! Eu já havia contado isso e repito. Minha filha grita! Rsrsrrs

Depois que passou o looping da montanha russa, vem uma curva atrás da outra, até chegar naquela decidona, em alta velocidade, que você grita, grita alto, seus cabelos ficam desgrenhados ao vento, o coração na boca, os órgãos parecem que saem todos do lugar. A decidona da pequena, foi quando ela gripou pela primeira vez. E vê-la, normalmente sorridente e brincalhona, quietinha, me deixou com o coração na boca, na mão, fora de mim destruído.

Mas, a montanha russa chega ao fim, com a vontade de quero mais. E é a mesma coisa com a pequena. Eu quero mais descobertas. Eu quero aprender mais. Eu quero viver mais emoções. Eu quero desvendá-la e conhece-la cada dia mais. Aprendendo e curtindo essa montanha russa louca da maternidade.


Que venham muitos e muitos mais meses! Feliz mesversário minha pequena. Minha Angelina!


terça-feira, 1 de abril de 2014

A volta ao trabalho

Gente! Estou super atrasada com o blog! Mas, aconteceu tanta coisa, que realmente, a última coisa que eu pensei foi em escrever. Bem, agora estou aqui, pra contar pra vocês todas as piras sobre a minha volta ao trabalho.

Lembram quando eu contei pra vocês, sobre o primeiro dia de aula da Angelina? Então, como eu já havia dito, em momento algum, foi cogitado a ideia de não voltar a trabalhar. Primeiro, por que a gente precisa da grana mesmo. Segundo, por que eu acho injusto com ela e comigo também, já que eu, me conhecendo do jeito que me conheço, se ficasse em casa sem exercer minha profissão, ou qualquer função remunerada, certinho, com carteira assinada, benefícios e segurança pra mim e pra minha família, ficaria neurótica e acabaria frustrada.

Ok, tem mães que vão ler esse parágrafo acima e me condenar. Já sei disso. Se elas serão melhores mães que eu? Não sei. Se os filhos delas serão melhores cuidados do que a minha? Talvez. Mas, acredito que cada um sabe onde seu calo aperta e cada cabeça uma sentença, já diria Mano Brown. Admiro, MUITO, as mulheres que podem e optam em abrir mão de tudo, para ficar em casa com a cria.

Teve um dia que perguntei ao marido: “estou chata, né?!” e vi nos olhos dele, o desespero em responder a minha pergunta. Do jeito mais fofo que ele pode, disse: “assim que você voltar a trabalhar, e entrar no ritmo, as coisas se acertam”. Foi o jeito mais delicado de alguém me chamar de chata! E eu nem fiquei brava...

Bem, eis que após quatro meses de licença maternidade e um de férias, voltei a trabalhar no mês de março. A Angelina continuou indo pra escola no período das minhas férias. Aproveitei o tempo para colocar as coisas da casa e da vida no lugar e me adaptar a rotina de ficar sem ela. Eu a buscava mais cedo na escola e a apertava tanto, que ela chegava a dar gritinhos!

No dia em que voltei trabalhar, acordei uma hora mais cedo do que o habitual. Normalmente, acordo às 6h. Dessa vez, os olhos despertaram às 5h. E não teve Cristo que me fizesse pegar no sono novamente. Então levantei, tomei banho, arrumei o cabelo, separei bolsa, sapatos, tudo certinho. Fiz a mamadeira da pequena e separei a roupa que iria colocar nela pra ir pra escola. Fiz a maquiagem e aos poucos acordei a pequena. Com aquele sorriso banguela mais lindo do mundo, ela já começou me dando força, como quem diz “vai lá mamãe, tá tudo certo!”

Dei banho nela, troquei, sempre cantando para mantê-la “quieta” em cima do trocador, dei a mamadeira. O marido levantou pra conferir se estava tudo ok. Ficou com ela, para eu tomar café. Minha mãe também me olhou, dando força. Juntei as coisas da Angelina, as minhas, recebi um beijo do marido, chamei a sobrinha, peguei a bebê e depois de tudo no carro #partiu!

Deixei a Rafaela (sobrinha) no colégio, em seguida deixei minha pequena. Aí entrei no carro novamente, respirei, liguei o motor e segui para o trabalho. Admito, fui rezando pelo caminho. Uma mistura de medo, insegurança, saudade, felicidade, enfim, não sei descrever. Rezei, muito. Ouvi música. Gritei. Imagino que quem me viu pelo vidro, deve ter tido certeza que eu era louca. Ainda bem que a polícia não estava por perto. O que eu responderia para o policial? “Senhor, sou uma mãe voltando da licença-maternidade. Com licença.”

A volta foi muito tranquila. Vários “monstros” que haviam sido criados na minha mente, caíram por terra, no primeiro abraço de bom-regresso que recebi. Desde a copeira, até o presidente da empresa. Claro, que a sensação de você ser uma funcionária nova, num emprego velho, ainda durou alguns dias. Até você entrar no ritmo, se achar, entender que nada parou enquanto você estava fora (sim, as mães pensam isso, SIM!!!) e conseguir se adequar a nova rotina, é difícil. Não vou mentir aqui e dizer que tirei de letra. Pelo contrário. Ainda me vejo bem louca no meio de papéis novos, que nunca vi, por que procedimentos mudam, funcionários também. Novas demandas surgem.


Enfim... ainda sim, com toda essa loucura, se adaptando ainda, vejo que minha “escolha”, em voltar a trabalhar, foi boa. Pra todos.