quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

4 meses

"Nossa! Ela só tem quatro meses? Que grandona!"
"Caramba, já fez quatro meses? Como o tempo passou rápido!"

São as frases que a gente mais ouve sobre a Angelina. Realmente, nossa bebê saiu do primeiro trimestre. Ela não é mais uma recém-nascida. 

Ela grita! Ela conversa com a gente. Resmunga bastante. Ela dá risada até ficar com soluço. É super simpática e sociável. Não estranha ninguém. Ela solta pum e arrota como um ogro e, mesmo assim, é lindo!

Mas, eu acho que o mais marcante nela, é o sorriso. Um sorriso banguela tão gostoso de ver, um sorriso tão sincero e cheio de amor. O sorriso mais lindo que já vi. A Angelina sorri com os olhos. Ela te encara, olha bem nos seus olhos e sorri.

É esse sorriso que me motiva todos os dias. Eu acordo e vou atrás desse sorriso no berço. Sempre digo pra ela "não sorri desse jeito, que eu me apaixono!" E é isso... eu sou apaixonada há quatro meses por essa banguela que sorri pra mim <3


O primeiro dia de aula

Ok. Eu havia dito a gestação toda que minha filha iria pra escola, pois nem minha mãe, nem minha sogra tem condições de cuidar dela. Sem contar que quem pariu Mateus, que balance. Elas não tem obrigação alguma de ficar com a minha filha. Então eu me preparei, falava sobre o assunto com o marido, pesquisei as escolas de Maringá, fui conhece-las, inclusive para saber qual caberia no nosso bolso. Também fiz a inscrição dela na creche. 

Mas, ao passar os dias, os meses, e o momento se aproximando, pirei! Como eu iria deixar aos cuidados de um desconhecido a minha filha? O meu pinguinho? A minha menina?

Como foi doído achar um local. A idéia de eu parar de trabalhar nem foi cogitada, por que conta pra pagar eu e o Arthur temos de sobra. Aí pensamos em meio período. Só que sairia elas por elas. Porque minha mãe teria que ir busca-la e como faríamos com dias de chuva ou sol muito forte?

Eis que então achamos uma escola. Conheci a dona no salão de cabeleireiro. Quem fez a ponte entre nós, foi a minha manicure. A Neura. Sempre serei grata à ela pela ajuda. Bem, fui conhecer a escola e fiz a matrícula em dezembro, no meio do mês. A coordenadora Nayara me atendeu e me passou todas as informações e acalmou meu coração. Conheci o espaço onde a pequena ficaria com os amiguinhos que iria fazer. Saí de lá mais tranquila. Acordamos que a Angelina iria começar na colônia de férias em janeiro, para adaptação.

Passaram as festas de fim de ano, janeiro começou, e com ele a expectativa do momento que eu iria me separar da Angelina. Confesso que a revolta algumas vezes tomou conta de mim. Por não ter alguém pra cuidar dela em casa. Afinal, tão pequena, três meses e meio! Mas, a frase que adotei para acalmar meu coração e colocar minha cabeça no lugar foi: "O que não tem remédio, remediado está!"

No sábado 18, comecei a arrumar as coisas da minha filha. Uma bolsa com troca de roupas, no caso de esfriar ou de fazer um calor enorme, um cueiro que serve de mantinha, caso precise. Mamadeira. Fralda de boca e outra amarrando a chupeta. Toalha. No domingo, conferi mais uma vez a caixa que iria pra escola, com uma lata de leite, pacote de fralda, pomada, sabonete, algodão. Fomos na casa da Vó Eurides, que fez um "colchãozinho" para deixarmos o carrinho mais confortável, afinal a pequena passaria boa parte do dia, nele. A vó prendada que é, fez várias fronhas para o tal colchão e também para o travesseiro. Entre uma fronha e outra ela dizia "ai que dó dela ir pra escola!" Eu o Arthur terminamos o domingo ajustando os últimos detalhes dos objetos da nossa pequena. Tudo etiquetado. Revisei todas as informações que eu havia escrito ao longo da semana, no caderno que separei para anotações dela.

Segunda-feira pulamos cedo da cama. O Arthur preparou o banho da mocinha, enquanto dei uma mamadeira. Ela acordou de ótimo humor!!! Parece que ela queria acalmar nosso coração, dizendo com aquele sorriso "que tudo ia dar certo" e que ela ficaria bem. Arrumamos e perfumamos nossa Angelina e a levamos pra escola. Fui calada, sentada no banco de trás, ao lado do bebê-conforto, alisando a minha cria.

Chegamos à escola mais cedo. Fomos recepcionados por uma das professoras da escola. As da turminha dela ainda não haviam chego. O Arthur conheceu o espaço e conversando pegou a Angelina dos meus braços. A professora Silvania chegou e nos foi apresentada. Como era colônia de férias, pouquíssimas crianças estavam na escola, em pouco tempo a Angelina virou a sensação. Ela é o único bebê da escola.

E daí foi chegada a hora. O Arthur entregou nossa filha para a professora. Desabei a chorar. Um choro de dor. Um choro de sentimento ferido. Um choro de separação. O marido pegou na minha mão e foi me conduzindo pra fora da escola. As outras professoras, cansadas de ver essa cena no dia-a-dia sorriram pra mim e me diziam palavras de apoio. Mas, mesmo assim, como doía! Meu Deus!!!

Não consegui nem tirar foto!

Entrei no carro ainda chorando. Fomos pra casa e eu soluçando. O Arthur me perguntou se eu queria ir tomar café nos pais dele e eu só balancei a cabeça que não. Cheguei em casa e o marido foi trabalhar. Aí ferrou de vez! Parecia uma barata tonta dentro de casa, não conseguia fazer nada! Ia e vinha do quarto da minha filha e ela não estava lá. Normalmente, o tempo voa de manhã, mas nesse dia, as horas se arrastavam. Como foi difícil chegar meio-dia!

Sim, isso por que na primeira semana ela ficou somente meio período. A melhor hora do dia foi ir buscá-la. Pega-la nos braços, sentir seu cheirinho, ver seu sorriso banguela. Fui pra casa com a minha cria e isso me fez a mãe mais feliz desse mundo! Até o dia seguinte heheheh onde tudo começava de novo.