quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Disputa materna

Ela é cruel, impiedosa. Chega ser pior que a disputa masculina, a disputa por territórios, a disputa entre chefes de nações. É uma disputa sem fim. Vale todas as armas (no caso, palavras), para derrubar o adversário. É impressionante como uma mãe quer demonstrar ser melhor que a outra. Em tudo!

A disputa começa ao engravidar. Como nas novelas mulher grávida desmaia, tem tontura, enjoo só de ouvir em falar de comida. A mulher fora da telinha também quer ter. Aí a gente vem pra realidade e descobre que enjoo é foda pra caramba. Que é horrível você já não ter mais nada no estômago e mesmo assim, está vomitando. A ponto de tomar seis Dramim por dia e o diacho do enjoo não passa. Aí vem a outra grávida. Aquela que não teve enjoo nenhum. Aquela que comia de tudo e não sentia nem um tiquinho de nada. E esfrega isso na cara da mãe enjoada, como uma vitória!

O tamanho da barriga também é uma boa disputa. “Nossa! Você está com a barriga deste tamanico com cinco meses?” ou “A minha já apareceu logo no 2.º mês. Todo mundo via que eu estava grávida!”, como se o tamanho da pessoa, o tamanho do companheiro, a estrutura física da pessoa, nada disso, fosse levado em consideração...

Tem a grávida, que quer ser mais grávida, andando que nem pato. Tem a outra que quer dançar na cara da sociedade de salto. Tem a que se cuida, usa maquiagem, mesmo depois de uma noite demoníaca, sem dormir por conta das dores nas costas e a ida constante ao banheiro, mas que afirma veemente, que está ótima para a outra grávida, que prefere verbalizar o que não está legal na gestação.

Enfim... isso não para por aí. Temos a questão do nascimento da criança, discussão aqui já tida, em relação ao parto X cesárea. Em um país cheio de médicos cesaristas, o parto normal se tornou tabu. Pior, umas mães desdenham das outras. Pior ainda, independente do modo como seu filho nasceu, vejo que a vontade de divulgar e lutar pelo PN se tornou algo louco, tanto dos cesaristas – que não querem ter trabalho, como se uma cesárea não fosse uma cirurgia e não desse trabalho – como das mulheres que conseguem o seu PN e desdenham das outras mulheres que foram pra faca.

Aí depois que nasce tem a disputa sobre o desenvolvimento da criança. “Meu filho consegue chupar o dedo do pé já!”, “Ai... você precisa ver! Com uma semana já reconhece a voz do pai”, “Nossa! Sua filha ainda não está virando sozinha? A minha virou sozinha com uma semana!” e por aí vai...

E aí, a mãe que não leu, não se preparou para a maternidade e as que se prepararam e leram também, piram. Tipo, eu. “Será que não estou estimulando minha filha direito?”, “será que estou fazendo algo errado?”

O bom mesmo é quando você encontra outras piradas como você. Daí você consegue trocar figurinhas e ver que a sua piração – muitas vezes – é sem fundamento. Cada ser é único, certo? É isso que a gente tenta todo dia deixar claro para todo mundo, não é mesmo? então, por que cargas d’águas, com um bebê iria ser diferente?

Faz uns 10 dias que a Angelina vem ensaiando andar. Comentei isso com uma pessoa próxima que também tem filha pequena. “Nossa! Mas só agora? A minha andou com tanto tempo”. Bacana... aí fui pra casa pensando e decidi abstrair... afinal, a Angelina vai andar, correr, comer sozinha, cutucar o nariz, deixar de usar fraldas, dançar um tango (se dançar!), quando ELA quiser!

Não quero acelerar nada... vamos viver cada fase de uma vez. Sacou?

PS.: As concorrências e comparações maternas não param nunca, tá?! Quando seu filho arranjar uma namorada, a do filho da vizinha, será mais bonita. Quando sua filha casar, o casamento da filha da prima da cunhada, vai ser muito mais bonito e caro. E por aí vai...

Angelina com o "TiNil" dandando no quintal <3


sexta-feira, 24 de outubro de 2014

E aí, como fica?

É assim: antes de ser jornalista, sou professora. Desde os 17 anos. No magistério tive contato com os pequenos, que são tão dependentes da “prô”. Acompanhei o dia-a-dia, o desenvolvimento de alguns. Me lembro, inclusive, o por que de eu ter parado com as aulas, tendo um hiato bem grande, até voltar a ser professora universitária.

E aí eu acompanhei bem de perto a vida escolar do meu irmão caçula, que era terrível, de verdade, deixando qualquer professora de cabelo em pé! Bem como, venho acompanhando a da minha sobrinha mais velha. E aí eu fiquei grávida. E aí minha filha foi pra escola. E aí a gente tem história pra contar, todo dia, boas e ruins.

É impressionante o desenvolvimento da Angelina. A autonomia que ela tem, como ela é simpática e gosta de se relacionar com outras crianças. Sem contar a independência que a cada dia é visível. Isso me deixa mais tranquila, pois sei que a coloquei num ambiente que a estimula, mas que não pula fases. Que não tem a TV como “educadora”. Na época que eu estava procurando escolas, cheguei cogitar uma babá para colocar dentro de casa. Mas, além de ficar muito mais caro, o que essa pessoa poderia ensinar e ajudar no desenvolvimento da nossa filha? E, conforme já contei aqui, não existia a possibilidade de eu parar de trabalhar para ficar com a Angelina em casa. Mas, enfim... essa é a nossa história.

Voltando a questão do bom e ruim, são algumas situações que você não tem como evitar, que não está ao seu alcance, que mesmo que eu estivesse 24 horas com a minha filha, acredito que nem sempre conseguiria evitar. Vou explicar:

Esses dias a Angelina chegou de “olho roxo”. A professora me explicou que ela subiu em cima de um amiguinho, que não gostou. Ela empurrou ele e ele devolveu com um tabefe. O que eu poderia fazer? Brigar com a professora? Brigar com a mãe da outra criança? Brigar com a Angelina? Ou com o amiguinho?

É chato? Claro que é. Só que olha como criança sabe o que fez de errado. A gente perguntava para a Angelina o que aconteceu com o olho, ela levantava a mão e dizia “pala”, ou seja, pra gente parar de perguntar, por que ela não queria falar do assunto rsrsrs

E aí eu conto para vocês, que eu já vi mãe louca, tresloucada, pirada mesmo, discutindo com uma outra mãe por que seus filhos “se agrediram”. Acredito que o que se tem que fazer, é ficar na altura da criança, olhar nos olhos, mesmo ela tendo um ano como a Angelina, e explicar que a atitude está errada. Você pode até pensar que eles não entendem. Mas, entendem sim!

Tanto entendem, que eles mesmos se resolvem. Em pouco tempo, voltam a brincar, a se entender. E os responsáveis? Ficam com cara de tacho.

É claro gente, que não estou dizendo aqui, que você tem que deixar “correr solto”. Tem que ficar de olho sim. Mas, acima de tudo, temos que saber ouvir. Eu lembro quando dava aula para uma turma de Publicidade e Propaganda, eu tinha uma aluna que falava pelos cotovelos e o tempo todo eu pedia para ela ficar quieta. Um dia ela me respondeu: “Professora, eu faço comunicação!” e nesse mesmo momento eu rebati que “comunicar é saber ouvir”... então mães, saibam ouvir as professoras, cuidadoras, babás, etc. 

Não tampem o sol com a peneira! Vocês conhecem as suas crias. Então, ninguém tem 100% de culpa. E claro, que normalmente, a gente coloca a culpa no outro ;) é mais fácil, não é?

Estou escrevendo sobre isso, por me sentir incomodada, em ver algumas atitudes de pais com professores ou com os cuidadores. Até mesmo, pessoas que deixam a criança com as avós e cobram daquelas senhorinhas, que muitas vezes não estão aguentando cuidar delas mesmas, que cuidem, zelem, fiquem de olho na criança. E aí, que atire a primeira pedra, a mãe que nunca piscou e o filho saiu do campo de visão e já estava fazendo algo do outro lado da casa... E aí? Como fica? Você vai brigar com quem? Afinal, não era você que estava de olho?

Pensando....

Daí eles fazem as pazes e você? Fica com cara de tacho ;)


segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Menos opinião, mais apoio

Todo mundo gosta de palpitar na vida alheia. Todo mundo tem uma opinião para dar. Todo mundo sabe o que fazer se estivesse no lugar do outro. Todo mundo critica. Todo mundo “tem uma velha opinião formada sobre tudo”.

Pra se ter ideia, quando eu voltei a trabalhar, uma pessoa olhou pra mim e disse: “como você tem coragem de deixar sua filha numa escola? Você vai ver, ela vai te cobrar depois.” Tipo, a pessoa me “sentenciou”. Ouvi muitas perguntas do tipo “você não tem dó?”

Dó eu teria se minha filha precisasse de alguma coisa – como, por exemplo, o leite NAN dela – e eu não tivesse dinheiro para comprar. Aí vem aquela opinião que diz que é melhor mais qualidade de tempo junto à criança, do que a quantidade. Outros já defendem que a quantidade é a melhor opção. Aí ao mesmo tempo que eu me culpo por ter pouco tempo com a Angelina, eu penso na encruzilhada que estou, afinal, se eu não trabalhar para ajudar em casa, como ficam as necessidades dela e nossas. Mas, como o que não tem remédio, remediado está, sigo em frente e fazendo com que, o tempo que eu tenho com a minha filha, sejam os melhores.

Eu me assusto, de verdade! As pessoas passam, muitas vezes, do limite do bom senso. De dar opinião na vida alheia. É impressionante como outra pessoa, tem sempre a resolução para o seu problema, sabe exatamente o que você deve fazer, como fazer e quando fazer.

Claro, que muitas pessoas, quando VOCÊ PEDE para ela dar uma opinião, ela tem uma solução. Pois está fora da situação e sabe raciocinar melhor, para dar um “diagnóstico”. Mas, isso é quando você PEDE para a pessoa se intrometer. Quando você AUTORIZA alguém se intrometer.

Esses dias eu vi, um menininho fofo, fazendo “O” escândalo em um supermercado. A mãe, coitada, demonstrava cansaço – provavelmente de um dia corrido, com muitos afazeres, de um dia de trabalho, ou enfim, do dia dela. Afinal, se o dia é dela, ela faz o que bem entender dele, certo? Mas, voltando. A mãe demonstrava cansaço e constrangimento, pela atitude do pequeno. Aí, tem aquelas “véias” – como eu tenho bronca de véia intrometida humpf! – pra dar palpite. Uma vira para a outra e diz: “meus filhos não faziam isso” a outra: “ahhhhh os meus também não! Um beliscão e já tinha parado ou nem começado!”

Hummmmm entendi a psicologia da coisa... ou seria psicoporrada?

Aqui, tenho que citar algo que soube pelo Facebook e que ouvi umas mães, criticando uma outra. Uma amiga linda e louca estava pesquisando produtos naturais que poderia utilizar para a limpeza dos cabelos da filha. E aí, ouvi outras mães (e umas mulheres não mães), criticando, que onde já se viu, não querer mais usar shampoo no cabelo da criança. Eeeeeeeeeeeeeeepa! Você pesquisou? Terminou de ler o post? Foi no Google e jogou “por que não usar shampoo para lavar os cabelos?”.

Não. Não fez nada disso. Mas, criticou a atitude. Nem sei se a mãe parou ou não, de usar shampoo na menina. Mas, se parou, isso é da conta de quem mesmo?

Claro que eu parto de um principio: se você coloca suas idéias, ideais, vontades, etc, numa rede social, você tem que estar preparado para a tão falada “invasão de privacidade”. Pois, tem quem compartilha das opiniões, quem não compartilha, quem te indaga e bate de frente, quem te indaga e fica escondido. No melhor estilo “bate e esconde a mão”.

Lembro que quando não consegui amamentar a Angelina, peguei no flagra duas pessoas conversando e falando que era manha minha. Que eu não queria amamentar a menina. Que meu peito não tinha nada. Nossa... aquela hora eu queria ser aluno de Hogwarts, sacar a minha varinha e lançar um “Avada Kedrava” na pessoa. Tá, podia ser a maldição “Cruciatus” também (quem é fã de HP entendeu :P).

O que eu vejo e o que eu quero com esse post é mostrar que, enquanto a gente está criticando uma mãe, por suas atitudes com a cria dela, a gente está igual o macaquinho, sentando em cima do próprio rabo. Você não está vendo que o seu teto é de vidro. Você não está cuidando do seu filho dentro de casa. E, se você já passou pela situação que a outra mãe, desesperadamente, está passando, e fez algo diferente, por que não tenta um diálogo? Por que não tenta ajudar?

Ah, esqueci. É mais fácil criticar, né? É mais fácil enfiar o dedo na ferida alheia...

Muita gente critica eu e o Arthur por não darmos doces, açúcares em geral para a Angelina. Mas, ninguém se habilita em ir pesquisar o porquê de não dar doces e açúcares para crianças, principalmente, tão pequenas. Mas, todos sabem nos olhar com cara ruim, sabem criticar, sabem questionar de jeito maldoso, quando vamos dar doce para ela.

São tantos exemplos que eu passei, que eu vi, que senti na pele o pouco caso das pessoas e isso entristece. Cada um tem sua opinião? Claro. Isso é mais que natural, saudável, livre. Teoricamente estamos numa democracia, certo? Mas, os seus direitos acabam, onde começam os meus. A sua opinião é sua. E a minha, é minha. Não é por que temos opiniões diferentes que uma é a certa e a outra é a errada. É o lance de cada um ter a sua verdade, sabe? E se acredita nisso, segue. Vai. Some! Não enche!



sexta-feira, 3 de outubro de 2014

De Janeiro a Janeiro, até o mundo acabar...

12 meses. 365 dias. Um ano. Uma vida.

Minha pequena, você está completando um ano de vida. Foi tsunâmico este período! Passou muito rápido! Aconteceram tantas coisas, passamos por tantas experiências, aprendemos tanto com você, que é difícil de enumerar.

Foram os 365 dias melhores da minha vida. É clichê essa frase? Sim. E daí? Maternidade é clichê!

Eu tinha uma vida antes de engravidar, tive outra durante a gestação e agora, neste um ano, depois que você nasceu, tenho outra completamente diferente.

Muitas vezes ouvi dizer que eu era uma mulher forte, corajosa, “porreta”!

Aprendi o significado dessas palavras, depois que você nasceu, por que eu descobri uma força que eu tenho, algo que cresce dentro de mim quando penso em você, que chega a assustar. Me pego muitas vezes, imaginando as situações mais absurdas, que acontecem no dia a dia, e qual seria a minha reação. O que eu faria para te defender, te proteger.

Sempre fui brava! Explodia muito fácil e por muito pouco. Um dia te conto os problemas que isso me causou. Hoje, vejo que sou muito mais paciente. Que eu já sei contar até 500 mil e me acalmar, antes de descer a porrada na mesa (né Angelis?! rsrsrs).

Um ano filha... um ano que minha vida se transformou de um jeito inexplicável. Que eu comecei a me importar com a minha saúde, para que eu esteja bem, para poder estar com você. Um ano que meus cabelos longos, se tornaram curtos, para ter mais praticidade e perder menos tempo em arrumá-los, para ter mais tempo com você. Não me arrependo, pois assim também economizo e posso sonhar com outras coisas para comprar e fazer, também com você hehehe.

A vida do papai também deu um giro de 360º. Quando ele te olha, te abraça, te aperta e te pergunta: “por que você é tão linda?” Vejo nos olhos dele o cansaço de acordar de madrugada para te atender, mas também o infinito amor que ele sente por você.

Ter filhos é fazer escolhas. Fizemos a melhor escolha, com certeza. Mês a mês observamos e acompanhamos entusiasmados e assustados a sua evolução. Procuramos estimular suas atitudes, te cobrir de carinho, te dar parabéns e chamar sua atenção quando necessário. E você entende... ô se entende! Nos olha com a carinha mais safada do mundo, como quem quer nos conquistar, para que amoleçamos e você fique livre, para fazer o que quiser. Admito: é difícil resistir a um sorriso seu.

Já falei aqui do seu sorriso. Falo para todo mundo da sua simpatia. Da sua alegria. De como é bom ver você abrindo esse sorriso e iluminando tudo a sua volta. É isso. Você tem luz! Uma luz só sua, Angelina, que com a graça de Deus e o seu merecimento, ninguém vai apagar. Podem até tentar ao longo de muitos anos, mas não vão conseguir.

Com certeza você me transformou numa pessoa melhor. Não sou eu que digo. As pessoas a minha volta dizem que a maternidade me fez bem. E eu acredito nisso também. Acredito, pois por você, eu QUERO ser melhor. Eu QUERO dar o meu melhor para você e por você. Eu QUERO evoluir sempre, para assim como eu tenho MUITO orgulho da minha mãe, que você tenha um dia de mim.

De hora em hora, de dia em dia, de mês em mês, de ano a ano. Eu vou te amar. Sempre. De outubro de 2013 a outubro de 2014 minha vida é outra. E eu a adoro! Como diz um chefe meu, há o “ônus e o bônus”. Graças a Deus existem mais prós do que contras. E quando os pensamentos “contras” começam a querer invadir a mente é só pensar no que? No seu sorriso...

Enfim... feliz aniversário minha pequena. Minha grande filha! Que do alto do seu primeiro ano de vida, faz eu ter certeza que seja lá onde eu estiver, vou te amar... de janeiro a janeiro, até o mundo acabar <3

Na pele, o que está gravado há tempos no coração!


De Janeiro a Janeiro (part. Nando Reis)
Roberta Campos

Não consigo olhar no fundo dos seus olhos
E enxergar as coisas que me deixam no ar, deixam no ar
As várias fases, estações que me levam com o vento
E o pensamento bem devagar

Outra vez, eu tive que fugir
Eu tive que correr, pra não me entregar
As loucuras que me levam até você
Me fazem esquecer que eu não posso chorar

Olhe bem no fundo dos meus olhos
E sinta a emoção que nascerá quando você me olhar
O universo conspira a nosso favor
A consequência do destino é o amor
Pra sempre vou te amar

Mas talvez você não entenda
Essa coisa de fazer o mundo acreditar
Que meu amor não será passageiro
Te amarei de janeiro a janeiro
Até o mundo acabar

Até o mundo acabar
Até o mundo acabar
Até o mundo acabar

Mas talvez você não entenda
Essa coisa de fazer o mundo acreditar
Que meu amor não será passageiro
Te amarei de janeiro a janeiro
Até o mundo acabar

Até o mundo acabar
Até o mundo acabar
Até o mundo acabar

De janeiro a janeiro


quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Coisas que mãe acredita que são inacreditáveis

Linha vermelha ou pedaço de algodão, babado, colado na testa do neném, para passar o soluço. Quem nunca? Levar na benzedeira por causa do “vento-virado”, das lombrigas que estão agitadas, colocar a roupa do avesso e por para dormir do lado contrário do berço, para uma noite de sono completa. Passar o pente no seio para descer o leite. Não deixar o bebê arrotar no seio, senão racha. Cocô verde? É quebrante. 

Você acha estranho acreditar nessas “crendices”? Algumas, eu também não colocava fé, não. Até ter a Angelina...

Minha vó benze. Faz, pelo menos, uns 60 anos aqui em Maringá. Então, desde quando a Angelina nasceu, a gente dá uma passada lá pra ver a “biza” e pra ela “passar o ramo” na pequena. Mas, teve dias de desespero! Da minha própria vó, olhar pra gente e dizer “não é pra mim, procura outra benzedeira”. Gente! E pra achar benzedeira? Não é mais tão fácil, como nos antigamente, que em cada bairro, tinha umas duas. Tô falando de benzedeira de verdade! Daquela que faz oração e você fica até mole, de tão bem que fica.

Superstição? Fé? Coincidência? Pelo sim, pelo não, levamos para benzer a Angelina em uma outra senhora que conhecemos nesta busca maluca e funcionou. Pelo menos por uns dias. E já indiquei ela, viu? E levo de novo se precisar. Oração, nunca é demais!

A linha babada na testa, para passar o soluço, tivemos uma experiência com isso e foi muito engraçado. Primeiro fim de semana que eu e o Arthur ficamos sozinhos com a Angelina, sem mais ninguém, ela mamou e logo em seguida começou a soluçar. Tentamos esquentá-la para o soluço passar, já que algumas pessoas dizem que é frio. Não passou. E ela continuava a soluçar, de sacudir todo o corpinho. O Arthur arrancou uma linha da camisa dele, colocou na boca e depois “colou” na testa da pequena. Gente, eu juro! Parou o soluço. Instantaneamente. Um olhou para a cara do outro e começou a rir! Kaokaoakoa

Deu certo também, quando ela trocou a noite pelo dia e não queria dormir de jeito nenhum, nem um pouquinho a noite. O Arthur foi até a empresa que eu trabalho e uma mãe experiente, disse para vestir a roupinha da Angelina do avesso, enrola-la na camisa do Arthur e coloca-la para dormir do lado contrário do berço. Pois assim fizemos. O desespero de ouvir o chorinho dela, o meu cansaço, tudo aliado a nossa primeira viagem, nos fez seguir a dica. E ela dormiu a noite inteira, com cinco dias de vida. Sim, ela dormiu. Pelo sim, pelo não, repetimos algumas vezes o ritual. Até que não funcionou mais rsrsrs aí partimos para outras dicas.

É aquela história: fé e futebol, você não pode discutir com ninguém. E todo mundo é ateu, até o avião começar a cair. E todo mundo torce para alguém, quando começa a Copa. ;)



quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Xixi no potinho

Sempre quando vou ao médico e eles me pedem exames, pergunto se tem como trocar o de urina por mais algum de sangue. Desde sempre, nunca gostei daquele potinho.

De uns tempos pra cá, o potinho vem diminuindo e ficando mais difícil acertar o xixi dentro dele.

Você chega ao laboratório, tensa, por que terá que ser furada para colher o sangue. No meu caso que tenho pavor de agulha, a coisa é um pouco pior. Pressão cai, choro, tremo, um horror! Aí a enfermeira, por que também fica nervosa com a situação, não pega a veia direito ou de uma vez. Aí coloca o escalpe em outro braço, aí procura a veia. Aí começa tudo de novo.

Durante a gestação, todo mês praticamente tinha exame de sangue, quando não era por conta da gestação, era por conta da artrite. No começo da gravidez tinha exame de xixi também. Mas não tinha tanta barriga, ou melhor, tinha a barriga de gorda e não de grávida, aí ficava um pouco “mais fácil”.

Com os meses, a coisa foi complicando. Algumas vezes, admito, deixei de fazer. A moça do laboratório dizia “minha linda, precisa fazer” e eu respondia “querida, não rola”.

Juro pra vocês, nessas horas eu queria ser menino. Eu queria poder mirar dentro daquele potinho e fazer xixi. E vê-lo enchendo e fazendo espuminha do lado, como milk shake saindo da máquina e enchendo o copo. Não sei se os meninos precisam fazer “higiene” antes de mijar no potinho. Alguém sabe?

A enfermeira olha pra você e diz: “você deve fazer a higiene. Se limpar com essa gaze e depois passar essa para secar. Aí você despreza o primeiro jato e colhe o restante”.

Oi? Despreza o primeiro jato? E quando tem que ser a primeira urina do dia. Aquela que você está segurando desde a hora que levantou da cama. Gente! É impossível segurar xixi estando grávida! Ainda mais com um barrigão de 7, 8 meses! Quem dirá então desprezar o primeiro jato. O que você quer é sentar e fazer xixi! Ouvir aquele “xuááááá” e se libertar do aperto.

Aí você senta no vaso. E tenta mirar o potinho na saída da periquita. Você que não está vendo nada por causa do barrigão, ouve o barulho do xixi caindo na água do vaso. Aí você coloca o potinho um pouco mais pra frente e sente o xixi molhando a sua mão. Atire a primeira pedra, aquela que nunca teve a mão molhada pelo próprio xixi!

Aí você segura o xixi de novo e metricamente vai tentando achar o local correto para posicionar o potinho. E finalmente consegue acertar. Só que daí, quase que o pote não chega a metade, pois enquanto você tentava acertar o buraco, você “desprezou” mais do que o jato inicial...

Toda sem jeito, coloca o potinho de lado, seca a periquita, se veste, lava as mãos, dá uma limpada no potinho por fora, dá a descarga, sai do banheiro com o sentimento de que poderia ter "sido melhor". Aí a enfermeira olha e diz; "mas só isso?" A vontade que tenho é de despejar todo o pouco xixi que consegui colocar dentro do potinho, na cabeça e no jaleco branco dela. Mas, me limito a dar um sorriso amarelo, tão quanto o xixi.

Não, não estou grávida. Voltei pra minha barriga de gorda. Resolvi deixar registrado aqui o meu problema com exames de urina, pois tive que fazer esses dias - por conta da artrite. Mas, continuo tendo dificuldades para fazer xixi no potinho!

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Parto X Cesárea

Eu não ia escrever sobre isso. Daí resolvi escrever. Aí vieram outros temas que eu priorizei. Mas, daí, as pessoas te cutucam, te provocam, perguntam, querem saber mais – alguns para se informar, outros para criticar, enfim... aí eu resolvi escrever sobre isso.

QUE FIQUE BEMMMMMMMMM CLARO: Quem está escrevendo isso, não é uma médica, não é uma doula, não é uma enfermeira obstétrica, nem ninguém da área de saúde. É uma jornalista curiosa. É alguém que acredita na força da mulher. Alguém que leu, pesquisou, brigou, se informou. Alguém que descobriu ter essa força e que quer passar isso para outras mulheres.

Como eu falei para vocês em um dos meus primeiros posts, o parto começa na cabeça da gente. Se você tem a intenção e essa intenção vira uma vontade crescente dentro de você, meio caminho andado. A outra parte a percorrer é você ter opinião, pesquisar, ir atrás do seu objetivo, ter um médico DE VERDADE, que te auxilia no parto – sim, por que o médico não faz o parto, quem o faz é a mulher e ele só ajuda. Ter pessoas positivas ao seu lado, também fazem a diferença.

Mitos como “o bebê é muito grande”, me fazem rir, principalmente por ter em casa uma mãe de 1,68m que pariu três filhos, sendo um deles com 6kg redondos. Circulares de cordão no pescoço, também é outro motivo que ouço que “impediu” o parto e foi motivo para a mãe cair numa “desnecesárea”. Li esses dias que teve uma atriz, que não quis que o filho nascesse “em virgem”, por que ela é de leão e o marido de capricórnio, daí não teriam um lar harmonioso... cada coisa...

Tem também os absurdos. As cesáreas agendadas para comodidade do médico, por causa de um feriado prolongado que ele quer aproveitar para viajar, ou devido a agenda do consultório, para não bater. Aqui, outra coisa que quero deixar claro: entendo que o médico, quanto profissional, tem que ganhar o seu pão de cada dia. Entendo mais ainda, que está EXTREMAMENTE defasado o valor que ele ganha de repasse dos planos de saúde – e por isso, muitos cobram da paciente a taxa de disponibilidade de parto. O que eu não entendo é transformar o nascimento de uma criança, numa linha de produção.

Lembro que quando estava em trabalho de parto, o Arthur conversava com o médico, e o marido perguntou quantas cesáreas ele teria feito até o momento. Ele disse que umas quatro. Estamos falando mais ou menos de 6h de trabalho de parto. Talvez alguns médicos, nesse período, façam até mais. Essas horas agradeço, infinitamente, por ter tido um médico que me respeitou. Valeu Dr. Edson!

Mas, voltando ao título do post, vejo que falta muita vontade de buscar informação da parte de algumas mães. Que o enxoval, a pintura do quarto, o nome e até a roupa de saída de maternidade, são mais importantes que o parto. Ouço de algumas mulheres que “eu fui guerreira” em ter um parto normal. Outras que eu sou louca. Ouvi de uma grávida que ela quer ter parto normal, mas não quer ficar “sofrendo” como eu fiquei. Oi? Sofrendo? Como assim gente? A pergunta é: QUEM DISSE QUE EU FIQUEI SOFRENDO?

Tipo, a justificativa que me falam é que fiquei muitas horas em trabalho de parto (14h20 para ser mais exata), “sofrendo” com as contrações. Daí, quando eu conto que não foi sofrimento algum, me olham com desdém. Falo e repito: prefiro muito mais 14h20 de trabalho de parto e as contrações, do que a dor que senti nos seios para amamentar.

Quando dizem que fui corajosa em ter um parto normal, eu acho engraçado, pois pra mim, corajosa é a pessoa subir numa maca, levar uma injeção na coluna (a anestesia), ficar sem sentir nada da cintura para baixo, te amarrarem as mãos, um médico cortar sei lá quantas camadas de pele, gordura, útero, até chegar ao bebê e tirarem ele de dentro de você. E ao invés do bebê vim para o seu peito, você poder abraça-lo, cheirar, sentir o corpinho todo sujinho de vernix, esperando o cordão umbilical parar de pulsar para poder ser cortado, você ter que ficar dentro do centro cirúrgico esperando costurarem a sua barriga, enquanto são feitos vários procedimentos com o seu bebê, sem você poder acompanhar. Isso sim, pra mim, é uma mulher corajosa!

Se uma grávida me diz, que ela não quer um PN por medo de sentir dor, eu respeito. Ativistas podem atirar pedras, mas sabe por que eu respeito? Por que eu tinha muito medo, mas muito mesmo, de fazer uma cesárea. De entrar num centro cirúrgico. De tomar anestesia. Só de pensar na agulha, me arrepia! Tinha medo de ser cortada, de sentir mexerem na minha barriga, lá no meu útero. Olha que loucura: eu chego sentir arrepio, náusea, só de pensar que eu poderia ter caído numa mesa de cirurgia e alguém ter tirado a Angelina de dentro de mim. Sim, por que é assim que eu imagino uma cesárea. A criança não nasce. Ela é tirada do útero da mãe. Ponto.

Algumas ativistas do parto normal, vão me criticar ao ler este post. Talvez me vejam “em cima do muro”, outras vão dizer que meu discurso não está condizendo com o que defendo, ou sei lá, vão me julgar por algum motivo.

O que só quero dizer aqui, na minha humilde opinião, enumerando no caso, é que:

  1. Ninguém é mais mãe ou menos mãe por que teve um parto normal ou uma cesárea;
  2. O que aconteceu com a mãe, vizinha, tia, amiga, o cacete a quatro, não quer dizer que vai acontecer com você. Não é por que “todas as mulheres da família tiveram cesárea” que você tem que ser mais uma na lista. Você quer um parto normal? Você quer o melhor para você e para seu filho? Informe-se!
  3. Persistência é algo que você precisará também. Muitas pessoas vão falar para você desistir. Muitos te chamarão de louca. Há aqueles que, inclusive, dirão que você é dos tempos da caverna. Sorria e responda “vamos esperar para saber o que o bebê quer” e mentalmente mande a pessoa para o inferno, isso te fará um bem danado;
  4. Quanto menos você falar sobre o seu PN com pessoas ignorantes, melhor. Evite estresse. Evite confusão. Isso só fará mal para você e para o seu bebê. Respeito virou item de luxo e infelizmente são poucas as pessoas que tem esse sentimento para com o outro;
  5. Fuja dos médicos fofinhos, que na primeira consulta que você vai, diz que “vamos ver” se “vai dar ou não” para “fazer” o parto normal. Ele não vai querer embarcar com você num PN. É o que eu falei lá em cima: cesárea dá mais lucro. Fica esperta!
  6. Se de tudo, você não conseguir um PN, por indicação clínica REAL, não se atormente. O importante é que você pesquisou, foi atrás, lutou pelo seu parto, pelo nascimento do seu filho. Se não foi possível por algum problema REAL de saúde, você ao menos tentou, certo?
  7. Acima de tudo: busque, brigue, lute, informe-se sobre os seus direitos e, principalmente, pelo direito de nascer bem, do seu filho. Respeito, essa é a palavra para nortear sua gestação, seu parto, a criação do seu filho e, acima de tudo, A SUA VIDA!


quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Independência e/ou os 10 meses com você

Nada mais feliz pra uma mãe de ver o desenvolvimento do seu bebê, a evolução a cada dia, o descobrimento do mundo a volta do seu pequeno.

Não há nada mais desesperador para uma mãe, principalmente de primeira viagem, ver seu neném se desenvolvendo e aos poucos deixando de ser tão dependente dela.

Estamos neste paradoxo lá em casa. A primeira independência da Angelina foi segurar o copo de treinamento que a Bruna deu, sozinha, com 45 dias. Pois é, aos 45 dias minha filha segurava o mama dela sozinha. Outra evolução foi tirar e colocar a chupeta na boca, do lado certo. Demorava um monte pra ela acertar o buraco da boca. Muitas vezes colocava de ponta cabeça. Foi, foi, foi até que conseguiu. Hoje ela tira, põe, joga, pega, esfrega no chão, coloca na boca de novo, quase faz malabares.

Aos poucos ela começou a se firmar e se arrastar. Parecia uma minhoquinha gordinha se arrastando pela casa. A calça vai descendo e prendendo os pezinhos. Daí ela ficava brava, gritava, a gente arrumava. Aí ela voltava a se arrastar. E rapidinho gente! Só parando, quando achava alguma coisa de interesse.

Depois, foi ficando em pé. Dentro do berço ela ia de lado para a direita, mas não conseguia voltar para esquerda. Daí gritava! Como diz o Arthur, a Angelina nasceu com uma corneta no lugar da garganta rsrsrs

Não quer mais tanto colo. Quer explorar o chão, os móveis, as tomadas, as portas de armários. Agora já engatinha com um joelho no chão e outro esticado (por quê?!). Fica de pé mais rápido, anda apoiada nos móveis, ou quando seguramos as suas mãozinhas. Mas, se cansa rapidamente “da ajuda” e sai engatinhando de novo.

Ela segura todo tipo de mamadeira sozinha. Quer segurar copo para beber água, mas daí faz gracinha e baba tudo na roupa.

Como esses 10 meses passaram rápido! Meu Deus... esses dias conversando com o Arthur, estávamos lembrando do mesmo período, no ano passado, eu redonda, gravidíssima! Cuidando dos últimos preparativos, para a chegada da nossa pequena.

E agora aqui. Ela quase andando, engatinhando para todos os lados, balbuciando “neneném”, “mãma”, “bobó”, “papa” (que descobrirmos ser de papai), “papapá” (que é comida), “má” (abreviatura de prima, no caso, a Rafaela), entre outras coisas babysticas que tentamos descobrir.

Há dez meses, ela abria os olhos e tentava focar e descobrir o que estava a sua volta. Hoje ela tem visão de raio-x e consegue enxergar a microsujeira que todos os adultos a sua volta, não veem.

São 10 meses de novas experiências, novos aprendizados, novas incertezas. São 10 meses sem salto alto, de pouca maquiagem na cara, de unhas por fazer. São 10 meses de uma felicidade diária, permanente, que me faz esquecer tudo o que tenho para fazer, o cansaço que sinto, o cabelo desgrenhado, para ver o seu sorriso se abrindo, quando vou busca-la na escola.

10 meses de Angelina!!! 10 meses de uma vida toda pela frente, minha e sua. Nossa vida juntas!

Cara... eu e o marido fizemos uma neném muito linda! #mãecoruja


Ideia bacana...

Gente, rapidinho!

Gostei dessa ideia, que vi no blog "Namorada Criativa", que ensina a fazer um caderno, intitulado "Quando você nasceu", com os principais acontecimentos do dia/ano.

Minha mãe tinha algo parecido, alguns recortes, revistas, do ano que a gente nasceu.

Tô pra falar que vou produzir um para a Angelina, hein?!

http://www.namoradacriativa.com/2014/07/livrinho-para-aniversario-quando-voce-nasceu.html


segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Mãe sofre?

Quem nunca ouviu que ser mãe “é padecer no paraíso?”

Acho que a palavra “mãe” é tão carregada de sentimento, de poder, que até assusta. Do mesmo modo, que ela é sobrecarregada de responsabilidade.

Será que mãe sofre? Primeiro, vamos entender o que quer dizer sofrer. Segundo o Dicionário Aurélio, Sofrer é: v.i. Sentir dor física ou moral, padecer: já sofreu muito. / &151; V.t. Sentir, experimentar, passar: sofreu fome e sede. / Suportar, tolerar: não pôde sofrer tão grande decepção. / Admitir, permitir: não pode sofrer nenhum atraso. // Sofrer de, ter dores, ser atormentado por: sofre do coração.

Indo pelo sentido da palavra, acho que mãe sofre sim. Algumas vezes dor física e moral, quando mexem com a sua cria. Minha tia costuma dizer que se você der um tapa na cara dela, mas colocando um doce na boca dos filhos, tá tudo certo. Talvez, a coisa vai mais ou menos por aí...

A partir do momento que se quer ser mãe, a mulher já começa a experimentar algum tipo de sofrimento. No caso, a ansiedade. O momento de parar de tomar anticoncepcional ou de usar camisinha. A relação sexual, com o objetivo de engravidar. A expectativa de cada ciclo menstrual que chega. A decepção de menstruar e mais um mês não estar grávida. Passei por isso, por longos quatro meses. A cada menstruação um barril de lágrimas. E grávidas pipocavam ao meu redor. Daí mais lágrimas.

A ansiedade me fazia sofrerrrrrrrrrrrrrrrr. A Angelis me dizia: “precisa tanto, Pri?” E no meu entender, simmmmmmmmmm, precisava.

Então, a mãe sofre antes mesmo da concepção do filho? No meu caso, sim. Eu sofria. Um dia cheguei a contar e tinham oito grávidas por perto. Umas que realmente haviam planejado, outras nem tanto, mas grávidas, ali, sem saberem, sem culpa, “esfregando na minha cara” a felicidade delas. E aí eu azucrinava minha mãe, a Bruna, a Sirlei e Santa Rita. Coitada da santa!

Daí você desencana e foca em outro objetivo. Foi o que eu fiz. Até comecei a fazer coaching, na época, para melhorar meu lado profissional. Daí veio o atraso da menstruação. E daí eu não queria criar esperanças para não ter outra decepção. Mas aí, eu sofria por que não sabia se estava grávida ou não.

Lembro que numa quinta-feira, pra ser mais exata, dia 31 de janeiro de 2013, fui a um show com o Arthur, a Fátima e o Clebinho. Bebemos e pulamos. Nossa, eu e a Fátima pulamos muito! Passou sexta. Nada de menstruação. Passou sábado. Nada de menstruação. Falei para o marido que iria fazer exame segunda-feira. Passou domingo. Nadica de nada. Chegou segunda-feira. Fui no médico do trabalho e peguei uma requisição para um Beta HCG. Liberei no convênio na hora do almoço. Colhi o sangue na terça-feira cedo.

Aí a ansiedade tomou conta de mim! As horas não passavam!!! O resultado saía somente a tarde. O laboratório funciona até às 18h. Eu trabalho até às 18h. Na época dava aula a noite, meu tempo era muito curto para conseguir passar em qualquer local. Mas, saí uns minutos mais cedo, acobertada pela minha estagiária e fui buscar o resultado. Entrei no estacionamento do laboratório cantando pneu. O moço que cuida do local deu risada.

Entreguei o protocolo para a atendente. Ela imprimiu e colocou dentro de um envelope. E assim ele ficou. No assento do banco do carro. Até às 10h30 da noite, quando o Arthur chegou do trabalho e eu já havia chego da faculdade onde dava aula. A ansiedade era tanta para saber o resultado, que me deu medo de abrir e ler “negativo”. Eu sofria por que tinha a resposta para a minha ansiedade ali, nas minhas mãos. Mas, o medo, me travava.

E aí, o Arthur abriu. E me disse sorrindo que eu estava grávida. E eu li e reli. E li mais uma vez! E saímos gritando no quintal a minha mãe, pra contar que mais um neto estava a caminho. Tentei acordar a Rafaela e não consegui. Mandei mensagem pros irmãos. Fomos para a casa da sogra, que assustou pelo horário. O sogro tava lavando louça, a notícia foi dada e todo mundo vibrou.

Aquele frio na barriga, aquele medo, a ansiedade foi dando lugar para uma alegria sem fim. Eu estava grávida. Eu ia ter um neném. Um filhos estava a caminho... ai meu Deus! Eu vou ser mãe!?!?!? Puta que pariu, eu tô grávida, e agora? E daí começou tudo de novo.

E pra contar ao chefe? Vários ensaios diante do espelho. A formação de diálogos na minha mente. Como seria? Será que eu daria conta do meu trabalho tão bem, grávida, quanto não grávida?

Mãe sofre, durante a gestação. Sofre a cada ultrassom para saber se está tudo certo com o rebento. Sofre com as mudanças no corpo, no humor, na cabeça, nas atitudes. Para quem trabalha, sofre em pensar no equilíbrio da vida pessoal X a profissional. Sofre com as mudanças causadas também na vida do companheiro/a. Também sofrem as que não têm companheiro/a para dividir a gestação.

Vocês vão dizer que é piração. Mas, na época que eu estava grávida, a Sirlei, uma grande amiga estava grávida junto. Eu sou alta, ela é baixinha. Sou grandona, ela pequenina. Ela já era mãe, então tinha um corpo que já tinha gestado uma criança. Então a barriga dela despontou mais rápido que a minha. Mesmo eu estando alguns dias a frente. E eu sofriaaaaaaaaaaa.

PAUSA: Ok. Eu sei que eu tenho uma veia dramática. Mas, se é pra contar da minha experiência e vocês entenderem, eu coloco sofriaaaaaaaaaaaa, pra vocês entenderem, que eu sofria MESMO!

Continuando... durante a gestação, por vezes a ansiedade me tomava, pensando no próximo ultrassom. Vira-e-mexe o bebê estava com as pernas cruzadas e não dava pra ver o sexo. A questão do sexo, não me preocupava muito, visto que tanto eu, quanto o Arthur não nos importava. Porém, de ambos os lados, todo mundo torcia por um menino e, alguma vezes, eu tive medo de ter uma menina, e não gostarem da minha pequena – o que, óbvio e graças a Deus, não ocorreu.

Vários outros momentos tive medo, insegurança e “sofri” durante a gestação. Muitas vezes, admito, por monstros nascidos, criados e cultivados na minha mente fértil. Não sei se com todo mundo é assim, mas eu costumo criar diálogos na minha mente comigo mesma e fico brava com as respostas. Louca, eu? Quase nada... rsrsrs

A cada ultrassom, era uma mistura de alegria, afinal iriamos ver nossa pequena, com medo, pois como não parei com os medicamentos da artrite durante a gestação, eu tinha muito medo de alguma coisa acontecer com a Angelina. E quando ela não abria a mão? E não dava pra contar todos os dedinhos! E o medo de estar faltando um deles?!?!?! Ô meu Deus, que agonia!

Quando passamos pelo exame de translucência nucal, que é o que detecta se há traço possível ou não de síndrome de down, meu coração estava dividido. O problema, de maneira alguma, era ter uma filha com síndrome de down. O problema era a discriminação que essa criança sofreria, dentro e fora da família, pois conheço os meus e sei que uma parcela não aceitaria tão bem uma criança “com problema”, principalmente, pelo fato de não ter nenhum outro caso, em ambos os lados. Quando a médica da ultrassonografia disse que estava “dentro das normalidades”, respirei fundo.

Essa questão de sofrimento é bem particular pra cada pessoa. Durante a gestação eu ouvia muito “dorme agora, por que depois que nascer, você não vai dormir nunca mais”. Na época, cheguei postar no facebook, como eu ficava incomodada com esse tipo de frase. Claro que dormir faz bem e é de extrema necessidade, vital aliás. Mas, eu, não sou uma pessoa que sofria por isso, nem sofro. Mas, claro que tenho amigas e conhecidas que estão com nenéns novinhos e que dariam a vida, por oito horas de sono, sem interrupções. Então, cada um, sofre ao seu modo.

Quer outro exemplo de sofrimento? Chás. Chá de cozinha, chá de fralda, chá de bebê, chá-bar. NADA CONTRA AS PESSOAS QUE GOSTAM. Conheço uma pessoa que curte, que adora, que faz, organiza, qualquer tipo de chá. É o jeito dela. O gosto dela. Ok, respeito. Mas, eu gente... esse meu estilo “meio Fiona”, faz eu ter pavor desse tipo de evento. Se sou convidada, vou por consideração à pessoa. Mas, tenho pavor de ver pintando a barriga da grávida, fazendo ela rebolar até o chão (se bem que isso ajuda a encaixar o bebê para um parto normal – vou pensar a respeito rsrsrs) e em vez, da noiva/grávida, sair da festa bonita, feliz pelos presentes, ela sai desgrenhada. Alguns ainda fazem ela se encontrar depois com o marido. Ai que desespero! Sou contra toda e qualquer forma de expor o outro ao ridículo. Graças a evolução das coisas, hoje já tem “modelos” diferentes de evento do tipo, mas, para a minha segurança, prefiro não fazer um. Claaaaaaaaaaaaaaaaro que fui criticada, off course, por não fazer um chá de bebê. Graças a Deus, não faltou nada pra nossa pequena.

Vendo em volta, os vários “tipos de sofrimento” de mães, ora por seus filhos serem pequenos, ora por serem adultos – afinal, como já dizia minha bisavó, "filho criado, trabalho dobrado". Ora por estarem longe, ora por estarem perto e ela não poder dar atenção. Quem nunca ouviu a mãe, a vó, uma vizinha, uma tia dizer que está “preocupada com Fulano, por que ele não tem sorte na vida”. Então, além das pirações maternas normais, muitas vezes a mãe elege um para ela cuidar, carregar, sempre, afinal, coitado...

As mães que gestam seus filhos no coração arrisco dizer, que algumas vezes, sofrem até mais! Tem o lance da aceitação, depois da adoção. Tem o lance do preconceito por parte dos estúpidos, que, na minha opinião, não entendem nada de amor, ou então não criticariam esse tipo de gesto.

Depois que a Angelina nasceu e teve o lance da amamentação, que já contei aqui para vocês, é um sofrimento não muito bem elaborado na minha cabeça, ainda. Do mesmo modo, que tivemos outros episódios, que rolaram um sofrimento – já esperado – como o nascimento dos dentes, a primeira gripe, a queda dela. Tudo isso, deixou meu coração, do tamanho de uma semente de gergelim. Como diz a Dona Cida, “mãe vive passando pelo buraco de uma agulha”.

O que é justo? Não, não é. Mas, outro ser teria tanto amor e tanta coragem assim, para passar por tudo isso? Sei não... logo eu volto para falar de outros sofrimentos rsrs

Daí, só esse sorriso, compensa qualquer sofrimento


terça-feira, 5 de agosto de 2014

Só a bailarina que não tem!

Existem coisas que a maternidade faz com a mulher, que é impressionante...

Sempre fui fresca para algumas coisas. Sempre achei um horror a emissão de gases da parte do meu pai e dos meus irmãos. Principalmente, quando eles faziam de propósito, só para irritar. Arroto também é outra coisa dispensável em público.

Começo de namoro é aquela coisa. Um “pum” dificilmente é ouvido ou cheirado. Lembro que o Arthur saia de perto, dava uma volta, chegava ser engraçado. Hoje em dia, ele olha pra mim e ri.

Pois bem, com a maternidade teve algumas coisas que eu tive que deixar de lado, por que se tornam tão banais e, acreditem, dignas de serem comemoradas, que o máximo que eu posso fazer é dar risada.

Sempre tive pavor de pegar bebês e ir dar aquela cafungada no cangote gostoso e ele estar cheirando azedinho... Eu nunca troquei uma fralda as minhas sobrinhas. Pelo contrário. Sempre fui a tia da farra, de brincadeiras, de viagem, etc. Mas, pedir para eu trocar fralda, já era demais! Taí a Cinthia e a Margarete que não me deixam mentir. As primeiras fraldas da Angelina com mecônio no hospital foi o Arthur que trocou. E a mulherada do berçário pirava!

Aí fomos pra casa. Aí eu tinha que trocar fralda. Aí... puts, que nojo. Sim, que nojo! Ui! Só que alguém tem que fazer. E se você não tem mais ninguém por perto, mãos à obra! E aí, você descobre que a cada cagada, você vibra com o seu neném! Que você se preocupa se está duro, se está mole, se está pastoso. Identifica a cor pra saber se algo está errado. Aprende algumas coisas de vó, do tipo: verde – é quebrante. Amarelo – o leite tá bom. E por aí vai... O pior nem é a cor, o problema é quando, o bebê se vira e você sem querer, mete a mão na bosta. Bacana...

E os puns que eram motivo de horror? Ahhhhh é tão fofo você estar com o bebê no colo e de repente você ouvir a bufa! Você ainda diz “parabéns bebê!” e dá risada.

O arroto depois da mamada também é um clássico. Meu irmão diz que a Angelina é um ogrinho rsrsrsr ela termina de mamar e dá um arroto de pedreiro, do tipo “mãe, tô satisfeita”, que é o orgulho do pai.

Tirar caca de nariz, algo que você só faz debaixo do chuveiro, quando não tem ninguém olhando é outra coisa que se torna comum, quando o pequeno está um tanto gripado e você precisa puxar a inhaca que está nele. E você, muitas vezes, se pergunta como um bichinho deste tamanho pode ter tanta caca naquele narizinho pequenininho.

Das duas, uma: ou você está pensando, “credo, que post nojento!” ou você está falando, “eu hein, escrever sobre uma coisa tão banal”. Mas, é aí que tá o grande lance da maternagem: coisas banais encantam!

O banho demorado, a refeição bem degustada, o horário do jornal, tudo isso, você passa a dar valor e sentir falta. Mas, por outro lado, tem tanta coisa massa que a maternidade traz pra sua vida, que você acaba dispensando as outras.

Chico Buarque, na “Ciranda da Bailarina” faz essa brincadeira com o que a gente faz, mas que parecem existir pessoas que não fazem de jeito nenhum. Ou você consegue imaginar o seu ídolo saindo correndo com uma potencial dor de barriga? Duvido que a Sandy arrota! Cauã Reymond tirando caca do nariz? Capaz!

Definitivamente, por mais que o ser humano, seja cheio de manias e bons costumes, todo homem coça o saco quando (ele acha que) ninguém está vendo. E toda mulher, quando está com o cotovelo cinzento, passa o dedo na língua e esfrega no cotovelo até achar um creme hidratante. E você mãe, vai vibrar ou se preocupar com o estado do cocô do seu bebê, a cada troca de fralda.


Ciranda da Bailarina
Chico Buarque

Procurando bem
Todo mundo tem pereba
Marca de bexiga ou vacina
E tem piriri, tem lombriga, tem ameba
Só a bailarina que não tem
E não tem coceira
Verruga nem frieira
Nem falta de maneira
Ela não tem

Futucando bem
Todo mundo tem piolho
Ou tem cheiro de creolina
Todo mundo tem um irmão meio zarolho
Só a bailarina que não tem
Nem unha encardida
Nem dente com comida
Nem casca de ferida
Ela não tem

Não livra ninguém
Todo mundo tem remela
Quando acorda às seis da matina
Teve escarlatina
Ou tem febre amarela
Só a bailarina que não tem
Medo de subir, gente
Medo de cair, gente
Medo de vertigem
Quem não tem

Confessando bem
Todo mundo faz pecado
Logo assim que a missa termina
Todo mundo tem um primeiro namorado
Só a bailarina que não tem
Sujo atrás da orelha
Bigode de groselha
Calcinha um pouco velha
Ela não tem

O padre também
Pode até ficar vermelho
Se o vento levanta a batina
Reparando bem, todo mundo tem pentelho*
Só a bailarina que não tem
Sala sem mobília
Goteira na vasilha
Problema na família
Quem não tem

Procurando bem
Todo mundo tem...


quinta-feira, 31 de julho de 2014

É imoral, é ilegal ou engorda

Vamos lá minha gente, vamos lá falar de coisas politicamente (in)corretas que é disso que o povo gosta e o blog bomba rsrsrs

Tenho uma amiga que está grávida de quatro meses e, desde então, o marido não chega perto dela. Ele acaba acariciando a barriga de tanto ela insistir, mas dá pra ver que ele não se sente nada a vontade com isso. Então, quem dirá fazer sexo. Nem pensar. Vem com aquele papinho que “pode machucar o bebê”. Amigo, vamos lá: nem se você fosse um jegue, você chegaria até o bebê, ok?!

Isso me faz lembrar da primeira consulta que tive com o GO, quando nos descobrimos grávidos. O Dr. Amarildo disse para o Arthur: “Você colocou a semente, agora trata de regar!”

Conheço outros casos também, como um conhecido que fazia sexo com a mulher até descobrir pelo ultrassom que era uma menina. Aí ele parou, por que “vai que a menina virasse sapatão, ou coisa parecida?!” Eu ainda não fechei meu pensamento se isso seria vergonha ou ignorância mesmo... daí aquela velha história, da gente tentar entender a criação da pessoa e tals...

Tá! E o que eu quero dizer com as informações acima? Simples: maridos, companheiros, casos, pai da criança, relacionamentos estáveis: salvo alguma recomendação médica, podem transar! Existe sexo na gravidez, SIM!!! Faz bem pra você, faz bem pra mulher e não incomoda o bebê!

Falando de outra coisa politicamente incorreta, é a questão das drogas. Aqui, focada no cigarro e no álcool. Para quem me conhece e sabe, fumei durante um bom tempo e faz outro bom tempo que parei. Parei por causa de grana. Isso mesmo. Fiz as contas e estava gastando, na época, mais de R$200,00 em cigarro por mês. Como o bolso do ser humano é o órgão mais sensível do seu corpo, parei. E, sinceramente, não me faz falta nenhuma. Com isso, ganhei mais uns anos de vida.

Só que o marido fuma. E ouço, desde quando a gente ficava, nem namorava ainda, que eu “tinha” que fazer o Arthur parar de fumar. Eeeeeeeeeeepa! Como assim eu “tenho” que fazer uma pessoa inteligente, estudada, que sabe todos os prós e contras que o fumo pode acarretar, parar de fumar? Ã? Respiremos fundo...

Bem, durante a gestação, o cheiro do cigarro me dava dor de cabeça, o Arthur fumou bem menos e longe de mim. Assim que acabava de fumar, antes de vim pra perto, lavava a boca e as mãos. Minhas amigas que fumam, também não ficavam por perto. Iam pro cantinho. E hoje, fazem a mesma coisa com a nova gravidinha da turma. Respeito e consciência.

Daí, o que me fazia, realmente falta, era uma birita... admito e sei que muitos vão cair de pau agora em cima de mim: eu dei uns goles na cerveja dos outros SIM, durante a gestação. Não, não me embebedei. Não tomei uma latinha inteira. Não tomei uma dose de whisky. Mas, quando eu via alguém, com um copo de cerveja, suando de tão gelada, aquilo me fazia salivar. E eu filava um gole. E era tão bom! Se eu me sentia culpada por aquilo? Não sei. O que sentia era um alivio de ter matado uma vontade.

Não, não estou fazendo apologia à ingestão de bebidas alcóolicas, muito menos ao fumo, durante a gestação. Estou falando do que aconteceu comigo e ponto. Das experiências que tive e tenho como mãe de primeira viagem. Tô falando de menos críticas e mais apoio. De menos falatório e mais evidências. De menos histórias ruins e mais informações positivas!

Por exemplo: minha alimentação não é um exemplo de saúde. Na minha vida, tive pessoas como a Bruna e a Telma, que me “obrigavam” a comer salada. Do tipo, colocavam no meu prato e diziam “come!” Eu falava que não gostava e elas repetiam “come!” Faziam muito bem o papel da Dona Cida neste momento. Durante a gestação, procurei me alimentar melhor, mas ocorriam alguns deslizes. Outra coisa: só acredito agora que grávida tem desejos, por que liguei num belo dia a tarde pra minha mãe, pedindo para que ela fizesse dobradinha. Algo que eu NUNCA gostei e sempre olhei de cara feia. Mas, que comi, esganiçadamente, quando vi na minha frente.

Voltando a tentar ter uma alimentação saudável, pelo menos na gestação, por vezes eu substitui SIM o prato de salada pelo lanche do Mc Donald’s. Eu admito!!! Atire a primeira pedra, a grávida que não comeu um Cheddar Mc Melt, com batata e Coca-Cola grandes. Admito também que você abria a minha gaveta no serviço e ao contrário de barras de cereal, você achava balas, biscoitos e bombons (BBB!). Sem contar que depois eu falava pro médico que não estava abusando de nada disso... admito, menti!

Sorte minha, que emagreci nos primeiros meses da gestação e depois do meu maravilhoso parto normal, apesar de não amamentar muito, emagreci tudo o que tinha engordado e um pouco mais. Ainda tô bonita na foto ;)

Resumindo tudo isso, Erasmo e Roberto Carlos tinham razão, em partes: tudo que eu, você, nós gostamos, é ilegal, é imoral ou engorda!


terça-feira, 29 de julho de 2014

Mais dois?

“Nossa, tá empolgada, hein!”, “Mais dois filhos? Cê é louca!”, “Mais dois?! Caramba...”, a pior de todas é “Vocês não tem televisão, não?!”

Gente... será, que somente eu, mesmo estando com as unhas sem fazer, com o cabelo cheio de pontas, com olheiras horríveis, cansada e estressada pra caramba, esqueço tudo isso, quando olho para a Angelina e vejo o milagre da vida ali? Vejo que vale a pena tudo isso, quando ela abre um sorriso?

Aí é assim: a velha história de todo mundo palpitar na vida alheia. Eu também faço isso, mas procuro me policiar, mas como a língua é o chicote do rabo, muitas vezes pagamos o que falamos. E parece, que a partir do momento que você se torna mãe, a coisa piora. “Ahhhhhhh quando eu for mãe não vou fazer isso”, “Ahhhhhhh meu filho não vai fazer este tipo de coisa”. E aí você pari. E aí o cuspe cai no meio da sua testa, melecando tudo.

Mas, voltando ao título do post, sim, eu quero mais dois filhos. E até agora, não teve uma pessoa que disse assim pra mim: “Nossa Pri, que legal. É isso mesmo!” Pelo contrário, o que ouço são piadinhas, ridículas por sinal, que ora fazem alusão a vida sexual minha e do meu marido, ora colocam os filhos como um problema (social, profissional, financeiro, de várias ordens), ou ainda questionam nossa sanidade mental.

Bem, eu tenho três irmãos. O Arthur tem dois. No caso do Arthur, ele é o caçula. Eu era, até aparecer o Tiago. Eu gosto dos meus irmãos e acredito que eles gostam de mim. O Arthur também gosta dos irmãos dele e vice-versa. Meus pais têm irmãos (vários), meus sogros também. Então, acredito que mais de um filho, não deve ser algo ruim, certo?!

Os Belais: (da direita para a esquerda) Sogrinha poderosa Eurides, sogrão Seo Zé, Sinara com a Júlia no colo, Guilherme, Maria Luiza, Anna Beatriz, Renato (noivo da Anna), eu com a Angelina e o Thur. Crédito da Foto: Tia Olga, irmã do sogro.

Não quero aqui, entrar em questões sociais e culturais, do tipo “Ah, antigamente tinha-se que ter vários filhos, para ajudar os pais na lavoura” ou então “Tinha-se filhas para fazerem bons casamentos e amparar seus pais na velhice”. Não quero entrar, muito menos, nas piadinhas de que “quanto mais filhos você tem, mais Bolsa Família você consegue”.

Eu tô falando aqui, de maternidade. De valer a pena. De amor. De tentar ser melhor, todos os dias. De luta, de esforço. De vontade. Eu tô falando aqui, de amar sem limite. De querer ensinar, mas de aprender. Gente, se vocês soubessem, o quanto eu aprendo, todos os dias, com a Angelina. Ah se vocês soubessem, o quanto esta pequena tem a ensinar...

E eu quero aprender mais. Com pessoas diferentes. Com outros filhos. Com outros seres. O bacana é que o marido já embarcou “na loucura”. A gente costuma brincar, com as pessoas que ficam assustadas, com a nossa, digamos, “disposição”, que dois filhos é muito democrático. Cada um tem uma janela no carro. Cada um tem uma mão para segurar... e aquele terceiro, para desiquilibrar a coisa? rsrsrsr

Claro, que nos momentos de dificuldade, de quando a Angelina nasceu para cá, já pensamos em acabar com a idéia. “Abortar a missão”, se me permitem o trocadilho. Mas, conheço amigas que são tão tristes, por serem filhas únicas. Do mesmo modo, que conheço gente, que tem vários irmãos, mas se sentem mais sozinhos ainda. Também não concordo, com o ditado que diz que quem tem um, não tem nenhum. Pois, conheço filhos que mesmo depois de casados, não desgrudam dos seus pais. E conheço pais, que tem trocentos filhos, e que dependem de vizinhos, sobrinhos, estranhos, para serem amparados.

“Ah, mas então vocês querem ter mais filhos, para cuidar de vocês na velhice?!” Também não minha gente. Como eu já disse, eu gosto de gente. Apesar de gostar de ficar sozinha de vez em quando, comigo mesma e com Deus, eu gosto da muvuqueira, eu gosto da falação. Daquele braço passando por cima do seu prato, se servindo no almoço de domingo e você xingando. Me divirto quando vejo minha mãe toda atrapalhada, ouvindo todos chamando “mãe, mãe, ô mãe, manhê!” E assim, esses irmãos tiveram filhos e aí a coisa é maior ainda, por que além do “mãe” tem o “vó!”

Os Nascimento: (da esquerda para a direita) Jair(zinho), Tiago, Eu, Mamy Poderosa,
Giovanna (filha do Jair), Arthur, Neil e Rafaela (filha do Neil). Ainda estão faltando o Júlio, a Gabriela e a Catarina (filhos e esposa do Tiago)

Na casa da minha sogra não é diferente. Por mais que ela conte, conte e conte o número de pratos, sempre sobra ou falta, por que é muita gente. Tem quem almoça em horário diferente, parecendo uma estação de trem, com pessoas chegando e indo embora. E quando junta todo mundo? É alegria na certa...

Vejo assim: se os pais tem planos em ter somente um filho, ok. Se eles querem dois, três, cinco ou dez, ok também. EU não tenho nada a ver com a sua escolha. E o que VOCÊ tem a ver com a minha mesmo?

Por fim, o que quero mais uma vez aqui, com esse post, é falar de respeito. Respeito pelas escolhas. Respeito pelas opiniões. Respeito pelas famílias. Pela minha, pela sua, pela de qualquer um. Mesmo que a sua família, seja você e uma planta. Se a sua família é você, o marido e um cachorro, bom também! O amor, a gente não divide, a gente soma. E eu e o Arthur, queremos somar com mais, dois, três e quantos mais a vida nos der =)

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Para o meu pai

Ontem foi um dia meio punk. Pra mim, um dia cinza. E nada tem a ver com o tempo lá fora. Tem a ver com o tempo aqui dentro do meu coração.

Infelizmente, nem todo mundo tem a “sorte” em ter uma família legal. Uma boa estrutura. E quando eu falo de estrutura familiar, não estou falando aqui de sexo masculino, sexo feminino, dois filhos e um cachorro. Estou falando de uma estrutura de amor, de companheirismo, de gente feliz, de gente que une na alegria para comemorar e na tristeza para se ajudar. Estou falando de família, no sentido amplo da palavra.

Lá em casa, a estrutura era a convencional. Pai, mãe, quatro filhos. Lembro da época em que tínhamos um zoológico: faziam parte da família a Margarida o Cécil e o Gigante (tartarugas), o gato (que se chamava Gato) e a Gata (que se chamava Gata), o Boby – cachorro – e o Mico (um macaquinho mesmo, que apareceu no quintal e as crianças conseguiram ficar com ele).

Mas, dentre as várias lembranças que tenho, é a dos pais mais maravilhosos do mundo que tenho. Sim, tenho. Por que, mesmo que o Seo Jair não está aqui, de carne e osso, entre nós, todos os ensinamentos dele, estão aqui, presentes no dia-a-dia.

Meus pais nos ensinaram a entrar numa favela e num restaurante de luxo. Nos ensinaram a tratar a todos com respeito, independente de tudo. Mas, também, nos ensinaram a brigar, a discutir, a ser ranheta quando necessário (isso eu aprendi direitinho rsrsrs).

Eu tenho uma mãe PHODA!!! Ótima, maravilhosa! Que é presente, que briga, que xinga, que põe de castigo, que afaga, que diz a verdade, que AMA intensamente seus filhos e agora netos.

Mas, é dele, que hoje eu tô falando. Do meu pai. Do Seo Jair que tanto faz falta. Que quando olho para um avião no céu, lembro dele chegando do aeroporto, cansado de mais um dia de trabalho, mas feliz, por ter “virado o motor do avião e colocado no ar, em segurança, centenas de passageiros”. Saudades do meu pai que nos fez ter um paladar diferenciado. Daqueles que dizia “experimenta, larga de ser bobo!” e ele tinha razão.

Já fazem 12 anos, 6 meses e 15 dias que ele se foi. Pra mim, está viajando, como era de costume devido sua profissão. Pra mim, eles está aqui, do meu ladinho enquanto escrevo este texto. Sorrindo para o “Toquinho” dele. Acho até que a Pipoca, nossa cachorra que também já se foi, está com ele.

O bom mesmo é ter fé. Acreditar que quem morre, não nos deixa, mas sim, nos acompanha para o sempre. Eu acredito SIM, que meu pai, a tia Dorinha e o tio Zé, discutem futebol, falam palavrão, tiram sarro um do outro e cuidam da gente aqui na terra, sentadinhos numa nuvem – tipo o Anjinho, da Turma da Mônica.

Sabe aquela sensação de que tem alguém te amparando? Em algumas situações até simples, quando aquele copo roda, roda, roda e não se espatifa no chão? Que se tivesse caído iria dar trabalho, machucar alguém, etc.? Acredito sim, que ele está comigo. Conosco.

Quando a Angelina nasceu, o Arthur me disse “que pena seu pai não estar aqui para conhecer ela...”, mas eu sei, que antes mesmo da gente, ele já a havia conhecido.

Beijo pai. Sinto sua falta. Pronto, falei!

Pai e Pipoca em Atibaia - 2001

segunda-feira, 21 de julho de 2014

A escolha do nome

É outra coisa que todo mundo gosta de dar pitaco... é impressionante minha gente! Conversando com uma amiga que está grávida, ela me disse que além dos trocentos nomes que são sugeridos, tem o agravante que ela não gosta de nenhum que lê, portanto o/a neném até o momento, não tem nome.

Até aí, ok. Afinal, ela está de três, para quatro meses. Isso fez eu voltar lá atrás, na minha gestação, quando ainda não sabíamos o sexo. Eu tinha nome de meninos definido, não de menina. O Arthur, desde antes de me conhecer, desde sempre, segundo a minha sogra, ele dizia que queria ter uma Maria Eduarda.

Bem, eu tenho nome composto. Para quem não sabe, me chamo Priscila Mara. O que ÓBVIO já renderam várias piadinhas. O marido é Arthur Felipe. Nunca vi ninguém o chamando pelos dois nomes. Na verdade, a gente vem de uma geração que era moda nomes compostos. Tipo, os irmãos dele também tem. Os meus irmãos, também. Vários primos meus também. E os primos dele, idem. Mas, para que mesmo dois nomes?

Fora que, a única Maria Eduarda que eu conheço, que é fofa, não é nojenta, que é super 10, é a filha de uma amigona minha, a Ingrid. A Duda dela é fofa demais! Tive alunas chamadas Maria Eduarda. Lembro de outras crianças, mexendo com uma delas e ela respondia “para.... vou chamar a prô... me deixa...” tudo muito manhoso, muito chatinho! Então era essa a visão que eu tenho de Marias Eduardas: chatas.

Aí começou os pitacos. Todo mundo querendo mostrar que o nome que era sugerido, era o mais lindo. Eu e o Arthur entramos numa “briga”. Até então, encanei com Catarina. Gosto de nomes fortes, nomes poderosos, nomes com história. Só santa, tem umas quatro Santa Catarina, cada uma com uma história mais legal. Fora as princesas e rainhas, porretas, que tiveram esse nome.

Só que daí ele não gostou de Catarina. E aí voltamos a estaca zero. Os meses foram passando e nada da neném ter nome. O que nos tornamos novamente motivos de piadinhas. Pedimos a tia Olga para nos ajudar com alguns nomes húngaros – origem da família do Arthur – mas, também, não deu muito certo.

Aí fiz uma lista: tinha 27 nomes. Quando o Arthur chegou em casa, apresentei a lista com os nomes e os significados na frente. Andei procurando a lista que fiz, mas não acho! Lembro que tinha nomes como Sophia, Alice, Maria Clara, Isabele, Isadora, Gabriela, Ana, Mariane e Maitê. Depois se eu achar a lista, faço um adendo a este post.

Enfim, dos 27 nomes, ficamos com 11. No final de semana seguinte, colocamos os nomes num vidro e fechamos. Sacudimos e cada um foi tirando. O combinado era que os quatro restantes, analisaríamos com calma para escolher.

Ficou Angelina, Maitê, Isadora e Eduarda (sem o Maria). Catarina tinha caído fora e o Maria Eduarda também. Deixamos passar e ficamos (eu fiquei mais, óbvio) pensando nas opções. Daí assim:

  • Angelina sempre defendi também por ser o nome da minha avó paterna, que eu não conheci. 
  • Maitê, tem a sobrinha de uma amiga, a Gláucia, que é fofíssima, e eu acho um nome diferente e bonito;
  • Isadora eu acho forte e tenho outra amiga, que é loquérrima e inteligentíssima, além de ter a letra linda!
  • Eduarda, sem o Maria, soa simpático e não era de um todo ruim (pensando sempre na filha da Ingrid!).


Aí, 15 dias se passaram e as avós esperando um nome para começar a bordar o enxoval. Foi quando num domingo, deitados na nossa cama, o Arthur começou a conversar com a barriga. Ele foi falando os nomes e nada. Eu digo que a nossa filha escolheu o nome dela, pois quando o Arthur disse “Angelina”, a barriga ficou dura, dura e ela se embolou toda para o lado que ele estava. Eu vi, ele viu. Foi emocionante! Empolgante, engraçado. Ele repetiu e ela não fez mais nada rsrsrs

Espiritualmente falando, eu acredito que a criança já vem com o nome. Já está escolhido lá no plano astral e um belo dia os pais tem um insight e “escolhe” como vão batizá-la. Mas, a partir dali, nossa neném tinha nome. Nossa Angelina. Nosso anjo <3



PS: A dica que eu dou para os papais e mamães é: essa é uma escolha de vocês. Ouçam as opções, anotem até, mas lembrem-se que depois são vocês que deverão bater o martelo. Não esquecendo que o nome não pode ocasionar situações constrangedoras, como apelidos e brincadeiras de muito mau gosto.

Dentes, por que fazes assim comigo?

Genteeeeeeeeeeeeeeeeeee!!! Como assimmmmmmmmmmmm??? Trocaram a minha neném e ninguém me avisou?!

Já ouvi e li várias coisas sobre o nascimento de dentes. Algumas mães me contam com os olhos brilhando de felicidade que seus bebês não tiveram nada e que num belo dia, puf, existia um dente no lugar de uma gengiva banguela.

Outras fizeram questão de me contar cada detalhe trágico da experiência. De como foi duro, ver seu filho chorando e com febre e as noites em claro que ela passou, a cada dente que nascia. Detalhe: são 20, né?!

Começou uma febrezinha que foi virando um febrão, ela irritada, coçando o nariz, enfiando tudo na boca, esfregando de um lado para o outro a gengiva. A febre, eu acredito, que possa ser do resfriado que ela também estava. Fomos no pronto-atendimento, pois deu 38,3 a temperatura. O pediatra de plantão prescreveu medicamentos para febre e gripe. Quanto ao dente, ele não disse que poderia afirmar se estava relacionado ou não, pois não tem evidências científicas...

Em seguida começou o ciclo de diarreia. De fazer lambança, a fralda não aguentar, descer pelas pernas, sujar trocador e tudo mais. E a Angelina cada vez mais irritada, querendo colo, querendo aconchego, eu diria até, que querendo peito. Acho que essa questão da não-amamentação, não está bem elaborada na minha cabeça ainda. Enfim... voltando à Angelina, de uma hora para outra, parou de comer. Não queria saber da minha papinha. O Arthur comprou outros legumes, cozinhei, fiz nova comida e cada vez que chegava com a colher perto dela, ela gritava. Parecia que estava matando!

Ficou só na mamadeira, abatidinha. Sempre que podia, “mordia” o queixo da gente, balançando a cabeça de um lado para o outro, coçando a gengiva. Conversei com a minha comadre sobre o colar de âmbar, pesquisei várias coisas sobre o mesmo, mas na correria, não dei conta de comprar. Está na lista de “coisas para fazer”.

Foi uma semana em casa com a vovó Cida cuidando durante o dia, não tinha condições de ir para a escola. A Tia Paula e a Tia Silvania, ligaram para saber como ela estava. Como teve feriado na quinta, ficou um pouco mais fácil.

Na sexta-feira eu estava de folga, aproveitei para leva-la a consulta de rotina com o pediatra. E eu não me senti segura na consulta. Pela primeira vez sai do consultório do pediatra da Angelina, perdidona. Para os dentes ele havia indicado Camomilina C (mas, não está proibida a venda?! o.O) e para a gripe recorrente, mandou continuar com inalação e xarope até conseguir marcar consulta com um pneumologista pediátrico. Saí de lá desbundada, como diria minha vó. Não queria dar medicamento para tapear o resfriado da Angelina de novo. Na verdade, não quero ficar medicando a menina assim. Cheguei em casa e comentei com a minha mãe que não havia gostado da consulta e ela, com toda a polidez que lhe é inerente, rebateu: “Você vai esperar esse pediatra matar sua filha, pra depois você procurar outro?”

Rapaz... Dona Cida sabe como te dar uma sacudida, sem nem encostar a mão. Peguei o livro do convênio e fui ligando em todos os pediatras, pedindo uma consulta para aquela tarde. Claro que não encontrei. Aí pensei novamente em ir no pronto atendimento, mas médico de pronto atendimento, não faz acompanhamento. E aí, tomei a decisão, e segui com a minha pequena e minha mãe, para a UPA – Unidade de Pronto Atendimento.

O atendimento foi bem rápido, em relação a fazer a ficha e entrar para consulta. E, mais rápido ainda, no consultório do médico, que pediu um raio-x e diagnosticou bronquite. Passou um antibiótico e um xarope, que eu peguei no Posto de Saúde e fui para casa. Dar ou não dar o medicamento? Era a questão.

E ainda nesse intervalo, nada tirava da minha cabeça que não era só o danado do resfriado. Pra mim, o nascimento do dente estava agravando a situação. Pesquisei em vários sites e, realmente, não havia evidências científicas que o nascimento dos dentes, poderia causar diarreia, vômito e febre. Em outros, informava o quanto o rompimento da gengiva, para o nascimento do dente, como dói. Como mexe com a estrutura da face, ouvido, cabeça, tudo gente! E eu, que sou jornalista, não médica, penso que: se você está com uma dor de cabeça, ouvido, logo, pode desencadear uma febre, do mesmo modo que o rompimento da gengiva não é algo indolor e acaba refletindo em outras partes do corpo. É uma hipótese.

Achei no site “Cientista que Virou Mãe” algo que mostra, que não estou de um todo errada. A pergunta dela é por que dente nascendo, o cocô fica ácido e aí as assaduras aparecem.

Enfim... Só sei gente, que bate um desespero, uma vontade de chorar junto, uma vontade de sair correndo, de pedir socorro... Você pira vendo um filho sofrer, passar mal e você sem saber o que fazer. Angelina agora está ótima, graças a Deus! Essa frente fria que chegou chegando por aqui, não pegou ela. Mas, também, ela é quase um ursinho rsrs de tanta roupa que a gente coloca. Pelo sim, pelo não é melhor ela bem agasalhada e a Brastemp trabalhando todo dia, do que entupi-la de medicamento. É ou não é?



quarta-feira, 9 de julho de 2014

Eu conto as horas pra poder te ver...

Caraca!... já se foram 9 meses... então você já tem 18 meses! 9 dentro e 9 fora da barriga. E assim como eu contei os dias e os meses, até ficar grávida de você. Depois acompanhei cada semana do seu desenvolvimento, até você nascer. Hoje, conto, todos os dias, as horas para te ver.

A melhor hora do dia é quando eu te pego na escola. Quando do portão eu te chamo e você abre o sorriso não-mais-banguela, afinal, você já tem dois dentes.

É delicioso ver você esticando os bracinhos, ainda sorrindo e a professora me contando como foi o seu dia, o que você aprendeu, o que você fez de diferente. Você ouve atenta. Sabe que estão falando de você. E sorri.

Ah esse sorriso... quando ele me vem à mente, durante o dia, enche o coração de alegria. As borboletas que ficam no estômago, batem asas, fazendo cosquinha, como agora, escrevendo este texto.

Quando você não vai à aula e fica com a vovó, ligo toda hora pra saber como você está. Não que eu não confie em deixa-la aos cuidados dela. Mas, ela me conta como você está, ouço a sua voz ao fundo gritando, conversando, ranhetando... e é tão bom!

É bom chegar em casa e ver você solta no chão, brincando e descobrindo o mundo. Esse mundão de meu Deus, pra onde você veio, esperada com muito amor, por mim e pelo papai. Pelas avós e pelo vovô. Pelas tias-avós, tios, padrinhos, primos, amigos do papai e da mamãe...

O papai quando te aperta, te abraça e te beija, sempre te pergunta: “filha, fala pro pai, por que você é tão linda assim?!” e eu também me pergunto, “como essa fofura toda, pode ter vindo de mim!?”.

Esses nove meses com você, foram demais! Acordar de madrugada, quando ouvimos um resmungo seu é cansativo, mas o seu sorriso malandrinho, desarma qualquer um e o cansaço passa. Ver você descobrir as coisas, as comidas, os gostos, as brincadeiras e as sacanagens é tudo de bom.

Eu conto as horas, todos os dias, para poder te ver. E eu sei que o tempo que a gente fica junto, tem qualidade. Quando estou com você, ESTOU COM VOCÊ!



Quando tem amiga que pariu

As ativistas piram!!! Rsrsrsr

Eu não tô me cabendo de tanta felicidade.

Um sonho realizado de uma amiga é um sonho realizado seu também.

Acompanhei a primeira gestação, do meu afilhado Pedro, tudo que a Bruna estudou, ser informou e infelizmente, não foi possível o tão sonhado parto normal.

Mas, isso, não a fez menos mãe, pelo contrário, já falei aqui no blog e falo a todos os pulmões para quem quiser ouvir, que eu gostaria de ser uma enorme mãe, como ela.

Agora a Elis... acredito que tudo aconteceu, como tinha que acontecer, principalmente por que agora, a maturidade também já chegou. E a experiência de um filho pro outro, de um parto para o outro, da dor da coluna antes e agora, tudo, ajudou para que a pequena chegasse a esse mundo, no box do banheiro, com o papai junto, num VBAC (parto vaginal após cesárea, em português) emocionante.

Chorei demais quando falei com ela por telefone. É uma vitória dela. É uma vitória nossa. Mas, principalmente da Elis. Que foi respeitada. Nasceu quando queria, onde queria, do jeito que queria. A fofinha nasceu com 4,310 kg e 50,5 cm :)

Já disse e torno dizer, te amo Bruna. Minha amiga-afilhada-madrinha-cumadre. Estou muito orgulhosa de você e do Marcus, por que se ele também não tivesse entrado na pira, a coisa poderia não ter sido tão perfeita.

Minha noite foi muito feliz e meu dia está sendo MARAVILHOSO! Tô invadida de ocitocina!!! Quero viver isso de novo rsrsrs

Bem-vinda minha pequena Elis! Muito leite pra vocês!



terça-feira, 1 de julho de 2014

Família, família, papai, mamãe, titia...

Minha mãe é a pessoa mais sábia que eu conheço nesse mundo! Ainda faço um post ou crio uma página só com as frases e conselhos dela. Enfim...

Ela costuma dizer, que família nenhuma pode falar mal da outra. Por que, escondido ou não, toda família tem problemas e pessoas difíceis para se lidar. Pensa direitinho na sua família. Agora vai anotando. Toda família tem uma biscate e uma puritana. Tem a religiosa e “a das avessas”. Tem um gay – algumas vezes enrustido esperando a matriarca/patriarca morrer, para poder sair do armário. Tem um/uma solteirão/solteirona que adora dar pitaco no casamento alheio, sem nunca ter vivido a experiência de conviver a dois. Tem o rebelde sem causa que dá problema. O que o sobrenome é trabalho. O tio rico que esnoba todo mundo e o pobre que cativa todo mundo. Em algumas famílias tem um ladrão. Em outras, ele já morreu. Enfim... essa diversidade é que se faz a família.

Mas, o que eu mais acho engraçado, curioso, divertido, irritante e (des)necessário, são os encontros familiares. Como eu fui criada longe de parentes, devido sempre morar em outros estados, nós só tínhamos contatos nas férias. E férias não te dá um parâmetro para saber como é conviver com alguém sempre, afinal, minha mãe ensinou que “quando tem visita, a gente tem que se comportar”.

E são nesses encontros que, muitas vezes, você sai renovado ou irritado. Alegre ou emputecido. Feliz ou triste. Você entra sem novidades e sai com um monte de fofocas para contar. Um grande amigo da minha família, que hoje já se encontra no astral, sempre dizia que a maldita da língua não tem osso, por isso que existe a fofoca e a maledicência.

Mais curioso ainda, é a nova família que se forma com a junção das outras duas, por meio de uma união estável, um casamento, um ajuntamento, entre duas pessoas. Conheci um casal de dois rapazes, que era um barato. As sogras de ambos os lados trocavam receitas e farpas e os dois administravam a relação numa boa, principalmente quando questionados por tios, primos e afins, quando e como teriam filhos. A resposta padrão era “já temos a Natasha”, uma Cocker preta, linda!

Lá em casa, todo mundo é meio maluco, sabe? Pra começar, meus pais são primos de primeiro grau, então meus avós são irmãos, um rolo... meu irmão, que era casado com a minha prima. Então eu tenho uma ex-cunhada, mas não tenho uma ex-prima. Meu primo, é meu irmão, mas minha prima, não. O Arthur se perde um pouco e se assusta. Nós, como bom descendentes de mineiros, somos “por dimais” de emotivos. Brigamos, amamos, xingamos, reconciliamos, tudo nas alturas.

E claro, como não poderia ser diferente, todo mundo opina na vida de todo mundo. Uns com mais respeito outros com menos. Uns mais incisivos outros mais ponderados. Mas, opina. Deixa ali, registrada sua importante e relevante (só que não) opinião sobre tudo.

Lembro que quando pari a Angelina, eu e o Arthur levamos bronca, por não ter contado pra todo mundo que havíamos ido para o hospital. Agora, visualiza comigo: imagina durante as 14 horas que fiquei em trabalho de parto, o telefone tocando, para saber como estava a dilatação? Ou então, imagina esse povo querendo “visitar” a gente, o vuco-vuco que ia transformar a maternidade?!

Mas, sabe: é gostoso saber que a gente tem origem. É engraçado parar e lembrar algumas situações. Do mesmo modo, que é assustador você ver que tem algumas manias, que você sempre criticou, serem afloradas com o passar dos anos, por causa dos genes. O que eu acho mais importante, disso tudo, é o respeito. Você respeitar o limite de cada um, para ser respeitado. Você respeitar o jeito, a opinião do outro, para exigir que o seu jeito e a sua opinião sejam respeitadas. Essa é a palavra, que seguramente, rege uma família. As duas que existiam e a nova que se forma.

Já dizia os Titãs “Família êh! Família áh! Família!”



sexta-feira, 27 de junho de 2014

E aí ela caiu. E eu? Desabei!


Fiquei pensando se deveria escrever sobre isso, ou não. Comecei, parei. Depois, conversando com várias outras pessoas, mães, pais, avós e cuidadores, descobri que é algo “normal”, se assim posso dizer.
 
Bem, vamos lá: numa sexta-feira, pra ser mais exata, dia 30/05/2014, às 6h50 da manhã, a Angelina caiu.
 
Nós estávamos, como todos os dias, prontos para sair e começar nossa rotina. Deixo a Rafaela numa escola, sigo e deixo a Angelina em outra e depois vou trabalhar.
 
Eu estava com a Angelina no colo, já havia colocado as bolsas no carro, ouvindo o meu irmão que contava sobre a internação da minha vó, que minha mãe havia feito mais cedo (5h30!). Nesse meio tempo chamei minha sobrinha, como todos os dias, para não nos atrasarmos e mudei o passo.
 
Até agora eu não entendi muito bem como eu cai. Só lembro que meu pé torceu e eu não aguentei a dor e dobrei os joelhos caindo. A Angelina no meu colo foi indo para trás e faltou braço pra eu segura-la. Nisso, ela caiu do meu colo e bateu a cabeça. Pois é, ela bateu a cabeça que chegou “quicar” no chão.
 
O pânico foi instaurado em casa. O Arthur já pegou ela do chão, meu irmão veio lá de dentro pra ajudar a me levantar, a Rafaela perguntando o que tinha acontecido, eu e a Angelina chorando. Eu de desespero e ela de dor. Nisso, o Neil pegou ela do colo do Arthur e ela vomitou. Aí danou-se tudo! Meu irmão foi levar a Rafa pra escola e eu e o Arthur fomos para o hospital. No caminho, minha filha vomitou de novo e eu chorava mais ainda.
 
Ligamos para o pediatra para saber se ele estava de plantão e ele nos mandou encontra-lo no Pronto Atendimento da Unimed. Fomos pra lá e ele examinou o galo que fez na cabeça dela. A Angelina não queria saber de mim. Ela ficava no colo do Arthur e quando eu chamava, ela virava. Ela ficou “de mal, de mim”. Isso me fazia chorar ainda mais. Eu chorava por que ela tinha caído. Na minha cabeça eu sou a culpada por ela ter se machucado.
 
Depois do médico ter examinado, ele orientou que fosse feito uma tomografia. Enquanto aguardávamos os enfermeiros que nos levariam, eu conversava com a Angelina, pedindo desculpas e o Arthur ligou para o meu chefe e para a supervisora do RH, informando o motivo de eu não ir trabalhar.
 
Fomos levados para a Santa Casa para fazer tomografia. Fomos de ambulância. Algo que me surpreendeu, foi ela ficar quietinha para o exame. Se ela fosse agitada, o enfermeiro disse que teria que sedá-la. Ele colocou a Angelina na maca, a cobriu e “conversou” com ela. Ele disse: “o tio precisa que você fique quietinha, pra não precisar tomar remédio, certo?!” Os olhos dela acompanhando o que ele dizia, deram certeza que ela havia entendido. Colocaram um colete de chumbo em mim e foi feita a tomografia. Ela ficou prestando atenção no barulho da máquina, catando tudo com o olhar e quietinha. O exame foi feito e saímos dali para esperar o resultado e voltarmos para a Unimed. Foi rápido.
 
 
 
Quando retornamos à Unimed, o pediatra examinou e constatou que não havia sido nada grave, mas que ela ficaria em observação. Ficamos ali, nós três na enfermaria. Ela queria mamar e dormir. O médico liberou. Mamou tudo! Estava com fome, tadinha, depois de passar boa parte da manhã sem beliscar nada. Mais ou menos meia hora depois de ter mamado, vomitou. Avisamos o médico. Ele deu mais uma olhada nela e pediu para observarmos. Disse que podíamos deixa-la dormir.
 
Ela dormiu uns 30 minutos e acordou brava. Era quase 13h30 e o médico passou mais uma vez para examina-la. Acredito que a braveza dela, era por estar num ambiente desconhecido, sem as coisas dela, sem comida, só com a mamadeira. Poxa, ela estava tendo um dia difícil! Não dá pra sorrir o tempo todo. O médico a liberou, orientando que ela vomitasse novamente, era para voltarmos pro hospital e avisar para chama-lo.
 

Voltamos para casa e a sensação de incompetência ainda me dominava. Recebi durante o dia várias ligações para saber como a gente estava. A Sirlei, minha mãe branca falava pra eu ter calma. O Bulga, meu chefe, dizia pra eu ter calma. Até o presidente da empresa que trabalho, mandou eu ter calma. Todos repetiam que não era culpa minha. Mas, eu me sentia, na verdade, ainda me sinto, culpada pelo o que aconteceu.
 
Se desde a gestação eu já não estava mais usando salto, agora então que eles estão aposentados de vez! Acho que se eu estivesse com um salto 15, que eu gosto de usar, estaria ainda pior.
 
O Arthur disse que eu não derrubei a Angelina. Ele disse que nós caímos. Ainda não consegui interiorizar isso. Ouvi várias mães-amigas que me contaram que também derrubaram o filho quando era pequeno. Não me sinto melhor por isso, mas me fez olhar em volta (mais uma vez) e entender que não estou sozinha.
 
Algo que eu ouvi, quando ainda estava grávida, era que quando um filho nasce, com ele nasce a culpa na mãe. Acho injusto a gente se culpar tanto assim. Injusto com a gente mesmo. Culpa se está educando certo. Culpa se está fazendo o melhor. Culpa das más/boas companhias... e agora, eu tenho uma nova culpa. A de ter derrubado a minha filha. Ela caiu. E eu? Eu desabei...
 
 
PS: Minha vó passou o fim de semana internada e os médicos tentando descobrir o que era "uma dor do lado"... ainda está nos exames, no acompanhamento.