quinta-feira, 23 de janeiro de 2020

PODERIA SER POSTAGEM DO PARIEBLOGUEI



Ainda recebo algumas notificações de sites como "Crescer", sobre maternidade, desenvolvimento do bebê, cuidados com filhos, etc... deve ter uns três que me mandam. Sempre penso que tenho que clicar no "remover e-mail", mas vou deixando.
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Li esses dias, algo que está martelando na minha cabeça e agora pouco, sei lá porque, estava conversando com uma amiga e tocamos nesse assunto. A declaração de uma mulher no meio da matéria, era assim "amo meu filho, mas odeio a maternidade!"
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No primeiro momento, quando li, XOQUEI! Como todo bom ser humano, já peguei aquilo como uma atrocidade, antagônico e estava disposta a por o dedo na ferida daquela mãe, com a MINHA opinião. Parei e enfiei a viola no saco. Fui cuidar de outra coisa. Mas, o negócio continuou martelando aqui...
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Me pego pensando nas duas situações. Amor ao filho e não gostar da maternidade. É possível isso? Sim! É estranho? Muito! Bizarro talvez... Mas, é mais ou menos aquele esquema "as pessoas querem emprego e não trabalho". Querem a janela aberta e reclamam do pó em cima dos móveis.
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Sempre ouvi a frase que você tem que analisar os prós e os contras. Gosto mais de usar a frase de um ex-chefe meu, que dizia com o seu sotaque baiano, que você tem que pensar no "ônus e no bônus". No final, é a mesma coisa: você deve pensar se o que você quer, vai ao encontro das coisas que você tem que abrir mão.
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Isso faz eu lembrar dos meus joelhos dobrados, pedindo um filho a Deus, enquanto tantas pessoas à minha volta, em situações que eu julgava menos favoráveis que as minhas, estavam engravidando e tendo seus filhos nos braços.
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Eu pedi a Deus o "combo" completo. O filho e a maternidade e todas as implicações que vem junto com ela. E Ele me deu a Angelina e o Miguel ❤
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Rapaz do céu!!!! Como neném é um bicho chato! Aquele chorinho fino, vai entrando pelo ouvido, subindo ao cérebro, tomando conta da cabeça como um todo, que vai passando por todos os nervos e os deixando à flor da pele. Você fica a ponto de explodir! Isso somado a um peito rachado, escorrendo leite, empedrando, as opiniões de diversas partes surgindo, a licença paternidade (quando se tem um pai para contar) acabando e você ali, com o neném nos braços, sozinha na multidão, pensando "Por que transei Senhor?!"
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Só que a cada dia, é um dia diferente. Você se transforma, você se renova, se reinventa e tenta fazer o seu melhor. Todos os dias. E eles crescem e os obstáculos são outros. Uma vez me disseram que é igual jogar Sonic: no final de cada fase, tem um Robotinick pra matar e soltar os coelhinhos e demais bichinhos que estão presos na máquina dele... e passar pra próxima fase!
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Bateu uma curiosidade em saber agora, qual fase minha mãe está, com os 4 filhos adultos kkkkkkk
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A gente ama nossos filhos. Como não amar alguém que saiu, literalmente, da gente?! 😍 no meu caso, que vi as duas saídas e na sequência recebi meus bebês nos meus braços! Ainnnnnn é uma sensação maravilhosa, você se sente PHODA! 💪 e daí enquanto o neném está ali no hospital, até fazer o teste do pezinho, ele é querido, mama bem, "se comporta" e quando vai pra casa, tcham! Vira gremiling!
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Mas, voltando lá no início do texto, talvez essa mãe não odeie a maternidade. Talvez os primeiros dias, meses do bebê é que não estejam sendo bons! Talvez eles ainda não se entenderam... Talvez...
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Mas também, talvez, realmente, essa mãe não queria o combo. Talvez ela só queria os momentos fofos e o mini braço te abraçando e dizendo "te amo!" Só que esses momentos, algumas vezes, vem acompanhado de febre alta e vômito. E diarréia. E aquele ser indefeso, vê em você a salvação. Por que beijo de mãe, cura. Chazinho de mãe, cura. Afago de mãe, cura... Só que quando é a mãe que cuida, quem é que cuida da mãe?
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Acho que essa mãe que não gosta da maternidade, talvez, só precisa de apoio... de ajuda sincera, sem julgamento! Mas, quem acha isso, sou eu. É o meu achismo, contra os sentimentos controversos dessa mãe, que só quer sair correndo fugida, mas que no plano de fuga, está incluso o filho, que ela tanto ama. Apesar de não suportar o peso da maternidade!
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Boa noite procês tudo! 😘

terça-feira, 1 de agosto de 2017

Tenha filhos

Sempre ouvi que quando você tem filhos, você se torna uma pessoa melhor. Ouvi de algumas pessoas que hoje estou bem diferente. Um pouco mais calma... alguns disseram até "serena".

Acho um pouco de exagero, pois a essência da gente não muda. Só que mais calma, realmente estou. Pois agora, quem me acompanha a andar, tem as pernas bem menores que as minhas. Então sou eu que acompanho os passos. Do mesmo modo, acontece quando quero fazer as coisas no meu ritmo, tenho que parar, pensar e respirar, para lembrar que eles têm o próprio time e com isso me faz ir acalmando a afobação.

Existem coisas que só que quem tem filhos, sabe explicar. Como a felicidade do sorriso do seu bebê, depois de encher uma fralda de cocô para você trocar. Nossa! Isso dá um alívio no coração da mãe que vocês não tem ideia...

Do mesmo modo, que tem coisas que você como mãe não consegue explicar. Como o fato de você sair de si, quando alguém olha torto pra sua filha, e você vai tirar satisfação, chamando pra briga, descarregando todos os palavrões que você aprendeu durante o ensino médio. Como a gente vira bicho!

Se existe um conselho que eu posso dar a alguém, é: Tenha filhos! Ter filhos te torna tão mais forte, mas também mais sensível. Você tira forças de onde não tem, para aguentar aquele emprego, aquele chefe, o ônibus lotado, o trânsito caótico, a dor... uma frase que ouvi, num treinamento da @angelisbogdan que "quem tem um por quê, enfrenta qualquer como"... e isso é tão real. Você que é mãe e pai, pensa no que você ja enfrentou por seu filho. Você que é filho, pensa nas lutas dos seus pais pra te trazer até aqui.

Quando eu digo que você se torna mais sensível, é por que você começa a enxergar o mundo de forma diferente. Ontem mesmo, ganhei da Angelina duas florzinhas, que ela colheu na rua, sei lá onde. Pensa numa flor bonitinha! Com cores vivas! Pra mim, mais linda que qualquer buquê comprado.

Tenha filhos pois você se aproxima do divino! A sua fé triplica de tamanho. A todo momento você invoca Deus e pede à Nossa Senhora que interceda junto ao Pai por você, para que você se mantenha são e assim, bem, para cuidar do seu filho.

Enfim, a magia acontece quando se tem filhos.

#pariebloguei #filhos #omelhordemim





domingo, 2 de abril de 2017

Por que algumas perguntas, irritam tanto?!

Tá, ok.

Só pra avisar que esse é um post de desabafo. De irritação. Não estou apontando o dedo para ninguém, porém se a carapuça servir, fiquem à vontade de vestir ou tirar satisfações, beleza?

Nesses últimos dias, a tolerância está zero. Ou menos dois. Estou mais chata que o normal SIM, estou mais grossa que o habitual SIM, estou mais sensível (não parece, mas sou) que normalmente estaria SIM.

E daí você rola a timeline do Facebook, o Guia do Bebê manda link, a amiga te marca em publicações do tipo "o que mais irrita uma grávida durante a gestação".

E aí, caros colegas, eu falo procês o que vem me tirando do sério. O que vem me tirando do prumo. O que fez essa semana eu dar patada na vizinha inconveniente e sair "batendo cabelo", deixando ela falando sozinha; o que fez eu excluir uma prima sem noção do Facebook e bloqueá-la no whatsapp; ignorar a pergunta de uma senhorinha gentil no banco; e chorar, chorar horas a fio e reclamar no ouvido da Anacléia, da Bruna, da Taís, da minha mãe e do Arthur. As perguntas: "quando nasce?", "por que você não faz uma cesárea?!" e "vai esperar parto normal?", realmente estão me deixando louca.

Eu explico por que. Se é que, alguém que não está grávida, vai entender...

Tá "todo mundo" afoito, para ver o rostinho, para ver se parece com o pai ou com a mãe, pra apertar, pra pegar, pra fazer "gut-gut", pra da um cheirinho, pra dar palpite, pra criticar, pra parabenizar... enfim, pra ver a criança, que ouviu falar, que acompanhou a gestação de perto ou à distância, durante os 9 meses.

Eu entendo. Juro. Amigas grávidas por perto, eu também tenho essa ansiedade. Também quero ver esse novo ser-humaninho que vai chegar a esse mundo doido de Meu Deus!

Só que cada vez que alguém pergunta "quando nasce?", a mãe - no meu caso - que não tem a resposta, fica meio que encurralada. É sério. Por que na sequência, vem o julgamento. Se eu respondo "não sei", a pessoa retruca "tá esperando parto normal?". Se eu respondo que sim, a maioria das pessoas respondem-afirmando: "noooooooooooosssssaaaaaaaa! Você é muito corajosa! Deus me livre, credo em cruz, três pulinhos! eu não tenho essa coragem. Você é doida! Deus me livre ficar sentindo dor por horas. Fora que não dá pra se programar"

E aí começa uma lista de coisas "ruins" que o parto normal "traz". Uma das mais absurdas é ouvir que ficarei "arrombada" pro resto da vida. Ou então que a prima da vizinha sofreu um monte e que comigo vai acontecer o mesmo, por que o neném é grande. Ou ainda, que não sabe como eu posso ter paciência pra isso... ¬¬

Vamos lá: já discuti, já escrevi aqui sobre a questão de parto normal X cesárea. Eu acredito que o MAIS IMPORTANTE é a criança nascer bem. E a mãe ficar bem! Se vai sair pela periquita, pela barriga ou pelo nariz, gente! O importante é a mãe ficar bem, para cuidar desse novo ser que tá vindo para esse mundo louco.

Aí, você pega pela reta, uma pessoa que é pouco ansiosa como eu. Junta-se a essa pessoa ansiosa, alguém que passou a gestação tomando medicamentos fortes, para aguentar a dor da coluna. Acrescente que uma gestação é totalmente diferente da outra, que na anterior você descobriu bem cedo que estava grávida, que foi planejada e que nessa agora, foi tudo de repente e que, por mais que você sonhava com um segundo filho, não estava preparada psicologicamente para ficar grávida.

E nesse meio todo, por mais que os ultrassons, seu médico de confiança, seu marido que se mantém racional - enquanto sua sanidade vai indo embora mês a mês - sua mãe, mulher porreta e de fé, dizem que está tudo bem, você quer ver a carinha do seu filho. Quer ver se o lábio está certinho. Quer contar todos os dedinhos dos pés e das mãos. Quer ver se os olhinhos acompanham os seus dedos mexerem de um lado para o outro. Quer ver se ele ouve o que está ao redor e que com isso interage... enfim, quer saber se está tudo bem! Se ele é perfeito! E sabe por que essa pira? Por que a cada comprimido que você toma, como forma de aliviar a sua dor, você lembra que algum vestígio pode estar passando pela placenta e atingindo diretamente aquele ser que você ainda nem viu, mas que você ama demais!

E daí, cada vez que alguém te julga, por que é essa a palavra: JULGAMENTO, por que você não faz logo uma cesárea para "resolver o problema". Você se sente uma merda. Sabe por quê? Por que existe o recurso, que é seguro, que seu médico faria com total profissionalismo para te atender. Mas, daí, eu, Priscila Mara Nascimento Belai, me sinto violando um direito do meu filho, que é esperar a hora que ELE quiser nascer. Assim como um dia, meus pais respeitaram o meu momento e eu resolvi nascer no corredor do hospital. Assim, como um dia eu respeitei o momento da Angelina e ela nasceu no quarto.

Mas isso gente, SOU EU dizendo que penso assim. Não quero e não preciso que vocês concordem comigo. Só quero que me respeitem. Que respeitem o momento do Miguel e do meu próximo filho, se ficarmos grávidos novamente.

É a tecla que sempre bato. RESPEITO. 

Como eu disse pra vizinha, se você não está mais "aguentando" me ver grávida, é simples: "não me olhe!"

Eu não sou corajosa de esperar um parto normal. Corajosa é uma mulher que entra num centro cirúrgico, toma uma injeção nas costas que paralisa sei lá por quantas horas suas pernas, espera o médico cortar umas sete ou oito camadas de pele da sua barriga, espera tirarem seu filho, fazerem os procedimentos para ver se está tudo bem e enquanto costuram de volta seu panceps, você pode sentir aquela pele frágil, encostada na sua, pois você não pode abraçar sua cria, pois suas mãos estão amarradas. E, pra terminar, corajosa é essa mulher que depois de passar por tudo isso, ainda tem que esperar o efeito da anestesia passar, para poder retomar a vida, com um nenénzinho nos braço e um corte para cicatrizar no abdome. Então parem. A simplesmente parem de dizer que parto normal é coisa de mulher corajosa. Não é. Enfrentar uma cesárea sim, para por um filho no mundo, é muita coragem.

Eeeeeeeeeeeeeee para finalizar: não estou endemoniando a cesárea. Que fique bem claro. Só quero dizer que pra mim: pirada como estou nesses últimos dias de gestação, com dor que mal consigo sentar e levantar da patente sozinha e medrosa, a ponto de chorar para tirar sangue, pois tenho PAVOR de injeção, o parto normal pra mim é SIMMMMMM um dos meios de eu fugir de uma cesárea. Meu medo de tomar anestesia e ser cortada e costurada, é muito, MAS MUITO MAIOR do que ficar em trabalho de parto por 14 horas, como foi o caso da Angelina.

E fim. Pela atenção, obrigada. De nada!



quarta-feira, 1 de março de 2017

Sejamos filhos, antes de sermos pais

Aquela frase célebre "você só vai saber o que é isso, quando for mãe!" parece algo meio profético, uma praga, um aviso... e é tudo isso junto e misturado.

Ô fase disgramada que é a tal da adolescência! Quando você desafia o tempo todo aqueles que te deram a vida, umas vezes mais, outras vezes menos, umas vezes descaradamente, outras vezes por debaixo dos panos... mas, desafia, testa a paciência até o último limite que o adulto, o pai e a mãe, ou aquele que te cria com todo o amor do mundo, tem para aguentar.

Muitas vezes nessa fase, você deseja ter outra família, outros pais. Alguns extremistas desejam até que os pais morram, por que a mãe da vizinha é "bem mais legal". Acho que é a primeira fase da vida, que a gente começa a achar que a grama do vizinho é mais verde que a nossa...

Me lembro sim, dos arranca-rabos com minha mãe. Por mais que nunca fomos filhos de bater boca, responder, ouvirmos calados as broncas e conselhos, por dentro, praguejava. Nossa Senhora como me lembro de querer fazer aquelas cenas de novela, de sair correndo, deixando a mãe falando sozinha, xingar, gritar, por pra fora aquela raiva que só aumentava com a falação e com o sermão. E que normalmente acabavam com "você vai ser mãe um dia, aí vai ver!"

Tô vendo... com a minha "bostinha" de apenas três anos. Que eu falo "não" e ela aperta os olhinhos e me desafia. Que eu repito mais alto o "NÃO" e ela me pirraça. Que daí eu perco as estribeiras e grito "ANGELINA NÃOOOOOOO" e ela chora como se eu fosse a pior mãe do mundo. E, muitas vezes, é assim que me sinto.

Uma vez, logo quando o pai faleceu e a gente se mudou pra Maringá, fui pra São Paulo ver meus amigos, ir no terreiro, passear. Meio que tava tocando o foda-se! Já perto de ir embora, falei pra minha madrinha Silvana, que não queria ir pra casa, que gostava de São Paulo e de ficar lá com eles. A madrinha me disse "você gosta de ficar aqui, por que é só alegria, passeio, festa. O dia-a-dia você também vai reclamar, também não vai querer ficar". Nunca me esqueci disso. É fácil a gente acostumar com o que é bom, né?

Já falei aqui para vocês o quanto me dói a morte do meu pai, por ele ter sido um PAI maravilhoso, porreta. E o quanto sou fã da minha mãe. O quanto essa essa mulher me inspira, me irrita, me diverte, me ensina e ama, como essa mãe ama seus filhos! Meu Deus! Como pode caber tanto amor assim dentro de 1,63m de altura?!

Só que algo que eu vejo além desse amor de mãe que ela tem, é o amor de filha. A dedicação e o carinho com o qual ela cuida da minha avó. Sim, Dona Cida desempenha muito bem o papel de filha. Muitas vezes, ela chega da casa da vó, cansada, irritada, com dor, por cuidar da mãe dela. Reclama as primeiras horas, mas depois vai passando. Quando volta lá várias vezes para ver como a vó está e vê que aquele cisquinho de gente, está coradinha, já almoçou, já atendeu o povo dela e está bem. Ou então, quando ela volta de lá mega preocupada, com medo da vó adoecer mais, com medo "dessa noite não passar" e ela perder a mãe.

A gente sabe que é o ciclo natural da vida? Sim. A única certeza que temos é que um dia a morte chega. Para alguns após um longo período de espera. Para outros bruscamente. Mas, é algo que lutamos a vida inteira para evitar que aconteça, por mais espiritualizados que possamos ser.

O que quero dizer com tudo isso? Tenhamos mais paciência com nossos pais. Principalmente os idosos. Eles já viveram muito. Já passaram, já viram muitas coisas. Boas e ruins. Estão cansados. Chega uma fase da vida que eles precisam da gente, como a gente já precisou deles várias vezes. 

Ouvi recentemente de uma filha, que tem mãe idosa, que a mãe só vai parar de "dar trabalho" quando morrer. E que "se Deus quiser, isto logo vai acontecer". Remete um pouco à adolescência, né? Quando você queria se livrar dos seus pais...

Por outro lado, ouço tantos adultos falando, que gostaria de ter seus pais aqui ainda. Eu mesma, me pego várias vezes ao dia, sentada olhando pra foto do pai de relance e me perguntando o que ele faria se estivesse aqui? Qual conselho, qual bronca, qual atitude tomaria frente a várias situações...

Enfim... para o adolescente que "perder tempo" para ler este texto, aconselho: respeite seus pais, seu avós ou seja lá quem te cria. Lembre-se que eles já viveram bem mais que você e eles, como qualquer outro ser humano, são suscetíveis aos erros, porém, como no filme "Enrolados", quando a bruxa canta para a Rapunzel, sempre "sua mãeeeeeeee, sabe mais!"

Aos pais de primeira viagem, sim. Sim, vocês vão lembrar da profecia a cada segundo da criação dos seus filhos. Vocês só vão entender este amor louco, que dói, que machuca, que extravasa pelos olhos quando não cabe mais no peito, quando você passar cinco dias indo e vindo de um pronto socorro, para aplicar antibióticos no seu pequeno, por conta de uma infecção. Que você não é culpado. Porém se sente a pior pessoa do mundo, por não estar antes, evitando de alguma forma que ele não venha a passar por isso.

Aos filhos que não tem pais tão bons assim, mas que de alguma forma, tiveram alguém presente em sua vida, te orientando, te criando, te amparando em vários momentos e ainda o faz. Respeite sempre essa pessoa que se preocupou com você. Agradeça por ela não ter te deixado na rua. E, mesmo que não foi a melhor fase da sua vida, quando você se tornar pai/mãe, escreva com os seus filhos, uma história diferente. Seja VOCÊ o melhor sem esperar reparação da parte do outro.

Enfim... não sou fofa. Não sou a melhor filha do mundo e nem de longe uma mãe como a minha é. Tenho uma longa estrada pela frente. Sempre falo, que se eu for pra Arthur a esposa que minha mãe foi pro meu pai, e para os meus filhos, a mãe que minha mãe é, rapaz... todos ganharam na loteria! Conheço todos os defeitos da minha mãe e sinto/vejo que ela se tornará uma idosa bem crica, que terei vontade de pendurar num prego de vez em quando. Mas, de jeito maneira, posso apagar da minha memória o que ela já fez e faz por mim. Pelos meus irmãos, por todas as netas, por todos aqueles que procuram uma palavra de consolo e, principalmente, pelo o que ela faz pela mãe dela.

Se existe alguém que sabe ser mãe, mas também, sabe ser FILHA, este alguém é a Dona Cida ♥ Que um dia, eu seja um pouquinho disso também. Amém!

Dormir na barraca no quintal é o que tem nas férias! Faltou a Catarina ♥

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Mas daqui a um mês...

A ansiedade vai tomando conta... como vai ser o seu nascimento? Contrações começando de madrugada e se estendendo ao longo do dia, ou uma bolsa estourando em plena Av. Brasil, quando eu estiver entrando no banco, para pagar uma conta?

Suas roupas já estão lavadas e passadas. Dentro de uma mala protegida por lençol, que a Vovó Cida arrumou. A Vovó Eurides ainda está na produção de mais algumas toalhinhas bordadas com seu nome. Tia Regina fazendo bicos nas suas fraldas de boca.

O quarto, depois de muitas voltas, está com o berço herdado da Angelina, que foi herdado do Vovô Zé, montado e com tudo no lugar, para você dividir o espaço com sua irmã. A Angelina disse que você pode brincar com ela ♥

Sua gestação passou tão devagar... mas, muito rápida ao mesmo tempo. Rápida não, intensa!

Foram tantas provações, confusões, bênçãos agradecidas e a agradecer. Aquela mistura louca de sentimentos, que só quem está grávida sabe como é. E quem não está, mas está por perto, que se adapte!

Nós somos muito abençoados Miguel! Nós temos pessoas que nos amam. Que torcem pela gente, que riem e choram junto conosco.

Uma amiga da mamãe me falou, logo quando descobri que estava grávida de você e preocupada com as medicações que estava tomando, que Deus faz a obra perfeita. E Ele faz mesmo! Ontem, depois do ultrassom que fiz e a médica disse que você está ótimo, tive mais uma vez, certeza disso.

Deus é bom o tempo todo. Todo o tempo, Deus é bom.

Daqui um mês, mais ou menos, quando você chegar neste mundo doido de meu Deus, você encontrará uma família que te ama muito! Que te espera de braços abertos, com muitas dúvidas, muitos medos, mas muito, muito amor!

Tem bisa, tem avós, avô, tias-avós e tios-avôs. Tios e tias, primos e primas de sangue e de coração. É muita gente para te dar amor ♥♥♥

E esse sentimento, o amor, é um dos mais bonitos que existe e que o mundo todo está precisando. em altas doses, sem moderação!

Quero que saiba, que nós vamos estar aqui, para o que der e vier. Que tanto eu, quanto seu pai, estamos um tanto assustados com sua chegada. Por mais que já aprendemos a ser pais, nunca fomos pais de dois e ainda não sabemos como será a adaptação da rotina, dos afazeres, etc.

Me pego pensando e depois verbalizando algumas angústias, que também são do papai. Se dessa vez conseguirei amamentar, por exemplo. Principalmente, por que depois de três anos, a lata do NAN subiu quase R$20,00 e se você for um bezerrinho, como sua irmã era/é, o papai está pensando em vender um rim no mercado negro 😁 (aproveitar que estão pagando bem. Cês viram a tabela que tá rolando na internet?!).

Muitas outras perguntas tenho na cabeça, algumas que agoniam o coração. Porém, esses medos passam quando, por exemplo, vou me abaixar de uma vez para pegar algo que caiu no chão e sinto um chute, empurrão, algo do gênero, do tipo "não me maceta mãe!" e fico rindo que nem boba!

A previsão para sua chegada é daqui a um mês. Assim como fizemos com sua irmã, seu tempo será respeitado. Você virá quando quiser, quando estiver na hora. Resta a nós, eu e seu pai, esperarmos e respeitarmos quando você vai querer dar o ar da graça rsrs sem pressa, sem demora. No seu tempo. Só chegar que estamos te esperando ♥

E pra vocês? Quanto tempo demora um mês?

https://www.youtube.com/watch?v=or-bM0uGWOQ




quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

"Não pecisa"

Essa era a resposta inicial da Angelina, quando a gente perguntava se ela queria um irmão ou uma irmã. Chegava a ser fofo! Aquela mãozinha pequenina, balançando de um lado para o outro, respondendo que "não pecisa" de nenhum dos dois. Do tipo "tô de boa"!

Pois é minha gente... ciúmes fraterno. Ciúmes de irmãos.

Eu já vivi isso na pele. A primeira vez, quando nasci, claro que não lembro, mas ouço as histórias que minha mãe conta, do meu irmão do meio até colocar um "revólver" na cintura, por que todo mundo entrava e saía para ver a "neném" e ele queria me proteger ou então espantar todo mundo que chegava ali com um presente pra mim e não pra ele. De vez em quando penso que ele ainda não superou o fato de eu ter nascido... E olha que já se passaram 34 anos!

Do mesmo modo que quase morri com a chegada do caçula. Ainda bem que continuo sendo a única menina! Nunca quis uma irmã. Mas, o caçula é cinco ano mais novo, precisava de atenção. E eu admito: apertei, belisquei e judiei muito dele. Desculpas públicas Ti!

Voltando à Angelina, o que estamos tentando fazer, é mostrar pra ela, que o "ermão" está chegando, mas que ela continua sendo nossa gatinha. Que continuamos aqui pra ela. As pirraças aumentaram MUITO! O drama - que já está no sangue - está bem para novela mexicana. Tudo parece que o mundo vai acabar, algo do tipo "você não me ama, você não me quer"... não sei de onde essa menina puxou tanto essa veia dramática! 😜

Aí, pra ajudar não aparece um filho da puta, né? Agora pra inflamar mais a situação, já tivemos as seguintes frases:

"Agora você não é mais a princesinha da casa hein?!"

"Agora tá vindo um reizinho, em Angelina! Um menininho que era o que todo mundo queria!"

"Eu não vou mais gostar de você, só gosto do Miguel agora"

"O Miguel vai ficar com o seu quarto, com as suas coisas e com o papai pra ele"

Aí eu te pergunto, caro amigo, cara amiga: como que você lida com os sentimentos de uma criança, de três anos, em relação ao irmão que ainda não nasceu, quando se tem pessoas tão "sensíveis" e com um nível intelectual tão alto, falando tanta merda por perto?

1.º que nem eu, nem o Arthur (apesar dele ter nome de rei), descendemos de nenhuma dinastia, portanto os títulos de nobreza, não se enquadram a nossa família. Não é a toa, que os filmes de princesas que, normalmente, a Angelina assiste, é de princesas um tanto rebeldes, como a Merida, do filme Valente, a Fiona, do Shrek e a Princesa e o Sapo (para quem não lembra, a menina trabalha em dois empregos, por que quer ter o próprio restaurante e tals).

2.º todo mundo quem, carapalida, queria um menininho? Se viesse outra menina, eu ia fazer o que? devolver pro saco do pai? Ia ser rejeitada por ser menina? Só por que tá nascendo um piá, devemos devoção a ele? Isso me faz pensar, lá atrás, quando as mulheres engravidavam e, o primeiro filho, podia ser menina, por que era "o que Deus queria", mas se o segundo não fosse um macho, a culpa era da mulher que não era parideira. Gente! Ô GENTE! que século vocês vivem? Senta aqui, conta pra tia 😠

3.º a pessoa que fala pra uma criança de três anos, que não gosta mais dela, que só vai gostar do irmão, por que a criança não deu um beijo, não cumprimentou ou não fez determinada ação, como era a expectativa do outro, sinceramente, merece minha pena. E, claro, a minha raiva por que se trata da minha filha. Afinal, esta é uma super prova de maturidade!

4.º eles vão dividir o mesmo quarto. O mesmo espaço. Assim como um dia eu dividi com os meus irmãos e o Arthur dividiu com os irmãos dele, e mais da metade da família dividiu ou ainda divide com os seus. Para tanto, estamos procurando harmonizar o ambiente para ambos. Se quando eu e o marido, fomos morar juntos, aprendemos a dividir o mesmo guarda-roupa, por que as crianças não podem?

Não sei nem por que estou escrevendo as justificativas. O que quero dizer com tudo isso, é pra você, você e VOCÊ largar de ser besta rsrs de entender que está lidando com sentimentos. Sentimentos esses, de uma criança de três anos, ou como gosto de dizer, de um bebê de três anos, de uma mãe gestante, que está com hormônios em ebulição e tentando tornar mais prazerosa e menos traumática a chegada de um segundinho, de um pai que tá bem louco, administrando tudo isso e ao mesmo também tá perdidão.

Enfim... se ainda não notaram, tem muitas coisas a serem administradas, com muito amor, carinho e RESPEITO. Tente ser positivo. Tente se colocar no lugar do outro.

De qualquer modo, se a sua opinião, não vier somar, construir, ajudar, "não pecisa" tá?!


quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Sobre a segunda gestação ou manual de sobrevivência

Assim como tem muita gente pra te jogar na lona, te deixar para baixo, te fazer mal, cruzam o seu caminho, pessoas iluminadas também aparecem. E elas fazem exatamente isso: com as idéias delas, com as palavras, com um gesto de carinho, te levantam. Te dão força, para você enxergar melhor as situações e seguir o caminho.

No nascimento da Angelina, com todo o problema de amamentação e tals que já contei para vocês, lembro da Nalva, minha vizinha de frente, dizer um dia pra mim e pro Arthur: "põe a Angelina no ritmo de vocês!" Isso ecoa na minha cabeça até hoje, principalmente, quando começa a sair do planejado. Vou lá, converso com o marido, algumas vezes nem converso, mas tomo a rédea da situação e faço a pequena entender, que em manda nessa bagaça sou eu e que temos que entrar num acordo coletivo para o bem de todos.

Quando falei para minha comadre-guru, a Bruna, que estava grávida, como sempre ela vibrou comigo. Contei para ela todo o turbilhão de tudo que tava acontecendo, dos medicamentos e tals e ela ali, segurando a minha mão, mesmo por telefone ou whatsapp.

Aí, marquei e fui um dia pra casa dela. E verbalizei que não me sentia grávida.

PAUSA: Gente, verbalizem o que estão sentindo. Coloquem para fora. Fodam-se os julgamentos. Mas, desabafem. Pesquisas científicas comprovam que muita coisa guardada dentro da gente, faz mal. Provoca câncer e muitas outras doenças. FALEM!

Voltando... falei que não me sentia grávida. Que me sentia estranha. Que não estava conseguindo comemorar essa nova bênção em minha vida.

E a Bruna, dentro de toda a sabedoria dela, mãe de dois, conhecedora das minhas loucuras - que muitas vezes são dela também - me disse: "Priscila, isso é normal. Segunda gestação é sobrevivência". Não lembro o que cortou nossa conversa na hora - acho que foi as crianças kkkk - mas, essas palavras dela, ficaram na minha cabeça. Ecoando. Me soaram tão verdadeiras. Tão fortes. E analisando esses meses que se passaram, ela tem toda razão. E eu agora explico pra vocês, como cheguei nessa conclusão:

Segunda gestação é sobrevivência, do casamento, do primeiro filho, do companheiro, do emprego e principalmente, SUA.

É você se desdobrar para cuidar de você, da criança que está ali pedindo seus cuidados (mesmo que a criança tenha 3, 6, 18, 21 ou 30 anos. Filhos sempre precisam de suas mães). Da barriga, com a qual você tem que ter muito cuidado, tomar os medicamentos certos, fazer os exames indicados, não bater, não cair, não prejudicar de forma alguma esse novo ser que você está gerando.

É você se desdobrar para cuidar do casamento, pois se antes, a atenção para com o marido já era dividida com o primeiro filho, agora fica mais limitado ainda. Essa reflexão pode parecer até machista, pelo lado de "pensarmos nos homens e blá, blá, blá". Aqui, quero puxar a reflexão que ninguém casa para separar. Que ambos tem que fazer a sua parte. Que não tem essa história do homem "ajudar em casa" ou "ajudar com os filhos". Tem que fazer cada um sua parte e aí é onde entra a sobrevivência do casamento. O homem fazendo a parte dele, entendendo que a mulher já está mais frágil que o normal e a mulher, segurando a onda e procurando não descontar todo o seu descontrole emocional e hormonal em cima dele.

A sobrevivência do primeiro filho, que no nosso caso, só tem 3 anos. Que quando abre os braços pra mim, pedindo um "coio", não tenho como negar, mesmo estando com a coluna fudida, a barriga pesando e o cansaço abraçando. É tentar explicar para essa criança, que o irmãozinho que vai chegar, não está "roubando o seu lugar" - como algumas pessoas super sensíveis já falaram para ela. É explicar que ela continua sendo importante em nossas vidas e que, mesmo com a chegada do bebê, não ficará sem a atenção dos pais - pelo menos é isso que estamos pensando, criando estratégias e tentando fazer desde já.

A sobrevivência do emprego, por vários motivos. 1º por que você agora tem que sustentar duas crianças, com o mesmo salário que você ganhava. Daí ou você se adapta, ou cria rendas extras, ou parte para a busca de um novo emprego que ganhe mais. 2º por que, por mais que são as mulheres que colocam mão de obra no mundo, elas são hostilizadas por engravidarem e as empresas e seus empregadores, não gostam nada de dispor da funcionária, tanto para as consultas do pré-natal, quanto para a licença maternidade. 3º por que você fica limitada a alguns afazeres, então você não render o que rendia antes e, muitas vezes, seu chefe faz questão de te lembrar disso. Já não basta o seu psicológico te martelando, por você não ser tão pró-ativa como antes. Precisa ter alguém fofamente te lembrando isso, durante nove meses, oito horas por dia.

E por isso, minha amiga, meu amigo. A sobrevivência da mulher fica, gravemente ameaçada. É você pirar com tudo isso a sua volta e na hora que explode, as pessoas olharem "magoadas", "chateadas", "nervosas" e dizerem "nossa, como você tá grossa! Não dá pra conversar com você!".

É você chorar escondida no banheiro, debaixo do chuveiro e mesmo assim, os olhos inchados te denunciarem e você ouvir "mas, já tá chorando de novo?!". É você ouvir "grávida de novo?!" ou "Não tem TV em casa", e responder com um sorriso amarelo, por que está cansada de usar o seu latim sobre o seu direito de transar e procriar o quanto quiser. É não ter vontade de se arrumar e ouvir "nossa, como você tá desleixada" e quando se arruma "uau, agora sim não tá com cara de acabada!" Mal a pessoa sabe, que você está acabada sim, cansada da noite anterior, por que a filha estava com febre e você cuidou dela ou que você não estava bem, ou por qualquer outro motivo, que só diz respeito a você, você não dormiu.

Enfim... sempre bato na tecla do RESPEITO, aqui nos meus posts. Os seus direitos começam, onde terminam os meus. Falar, todo mundo fala. Até papagaio fala. Mas, lutar, correr atrás, viver a sua vida, ninguém está disposto.

O velho ditado, todo mundo vê as pingas que eu tomo, mas os tombos que eu levo, ninguém.

Juro pra vocês que voltarei para contar a parte boa da segunda gestação. Mas, hoje, eu precisava desabafar e mandar um sonoro FODA-SE, por meio deste texto, para muita gente koakoakoa

A olheira eu não lembro, se era de cansaço, de choro, de falta
de vitamina ou do que mais possa ser... ignorem!